Um dia após o anúncio do decreto de prisão contra o marqueteiro João Santana, os principais partidos de oposição decidiram em encontro realizado na manhã desta terça-feira (23) se reunir com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, para pedir que o trâmite do pedido de impeachment contra Dilma Rousseff seja destravado.
Deflagrado no início de dezembro do ano passado, o impeachment perdeu força após ter seu rito suspenso pelo STF, que agora analisa recursos apresentados pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), os chamados embargos.
Com PMDB, oposicionistas criam grupo para trabalhar pelo impeachment de Dilma
Leia a matéria completaCom a prisão de João Santana –marqueteiro das três últimas campanhas presidenciais do PT–, a oposição tem a esperança de que o impeachment de Dilma ganhe um novo fôlego na Câmara.
“Vamos reunir uma representação grande da Câmara dos Deputados para ir ao presidente do Supremo pedir que os embargos sejam julgados, não podemos ficar eternamente sem essa definição”, afirmou o líder da bancada do PSDB, Antonio Imbassahy (BA). O encontro ainda não tem data definida.
O tucano diz acreditar que o pedido será retomado com força após a prisão do marqueteiro. “Ele é o principal conselheiro dela [Dilma], ela o ouve até mais do que ouve o Lula”, disse. “A Lava Jato chegou ao Palácio do Planalto”, reforçou o líder do DEM, Pauderney Avelino (AM).
Em decisão tomada em dezembro, o STF decidiu anular o rito definido por Cunha, que tinha resultado na eleição de uma chapa majoritariamente pró-impeachment para a comissão da Câmara que iria analisar o pedido. Com isso, o peemedebista entrou com os embargos, que não têm data ainda para serem julgados.
Movimentos
A reunião dos partidos de oposição na Câmara foi realizada na liderança do PPS. No encontro, os deputados anunciaram ainda a criação de um comitê de políticos e integrantes da sociedade civil para tentar embalar o impeachment.
O formato, comando e forma de financiamento desse comitê não foram definidos, porém. A ideia é tentar dar fôlego ao impeachment na Câmara e engrossar movimentos de rua pela saída de Dilma, como o marcado para o próximo dia 13. Nesta terça-feira (23), por exemplo, a intenção é estimular panelaços durante a exibição do programa partidário do PT na TV, das 20h30 às 20h40.
Apesar disso, integrantes da oposição já tem um discurso pronto para o caso de as manifestações de rua terem volume menor do que as anteriores. O de que atualmente as redes sociais exercem papel tão importante quanto protestos nas rua.
Os oposicionistas vão ler também no plenário da Câmara, nesta terça, um manifesto pela saída da presidente da República. À tarde, haverá reunião de presidentes dos partidos contrários a Dilma na liderança do PSDB no Senado. O objetivo é o mesmo, traçar linhas de atuação em decorrência da notícia da prisão de Santana.
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