Em nota oficial conjunta divulgada no início da noite deste, o PSDB, o DEM e o PPS pedem ao Ministério Público "que se engaje definitivamente na apuração dos fatos delituosos" identificados com a escuta telefônica clandestina que envolveu o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes. Além disso, pedem que o Congresso saia da "letargia" e atue essencialmente como uma instância de legitimação e apoio às investigações necessárias à defesa da democracia.
Na nota, os três partidos definem como "atentado a dois dos principais pilares do Estado Democrático de Direito" o episódio da escuta telefônica. Apontam a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) como autora do grampo telefônico. Afirmam ainda que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebia relatórios periódicos baseados nesses grampos. Ao defender a apuração dos episódios pelo Ministério Público, os três partidos afirmam que "cai a zero" a confiança na capacidade do Poder Executivo de se auto-investigar.
O PSDB, o DEM e o PPS declararam ainda indignação diante da "reação frouxa" do Presidente da República e de seus auxiliares imediatos. "É preciso buscar nas próprias instituições o antídoto contra o veneno do autoritarismo", afirmaram os três partidos, no comunicado.