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Sob o argumento de que uma ação agora poderia interferir no julgamento do mensalão, os dirigentes do PSDB foram convencidos pelo DEM e pelo PPS de que esse não é o melhor momento para entrar com representação no Ministério Público (MP) contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Apesar de o PSDB já ter redigido, na segunda-feira, uma minuta de representação para levar ao MP pedindo uma investigação, líderes dos partidos se reuniram ontem e assinaram uma nota cobrando explicações imediatas de Lula sobre declarações atribuídas ao publicitário Marcos Valério na revista Veja desta semana. Ele teria dito que Lula foi o chefe do mensalão.

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"Estranhamos o silêncio ensurdecedor de Lula, que deveria ser o maior interessado em prestar esclarecimentos sobre fatos que o envolvem diretamente", afirmam os partidos na nota assinada pelo deputado Sérgio Guerra (PE), presidente do PSDB, pelo senador José Agripino Maia (RN), presidente do DEM, e pelo deputado Ro­­­ber­­to Freire (SP), presidente do PPS.

Para os partidos, as acusações são graves e a revista deve tornar públicos os elementos que sustentam a matéria que traz afirmações atribuídas a Marcos Valério. "Já não surte mais efeito, especialmente depois que o STF comprovou a existência do mensalão e já condena mensaleiros, a tese defendida pelo PT, de que tudo não passava de uma farsa montada pela imprensa e pela oposição para derrubar o governo Lula", destacam na nota os partidos da oposição.

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Durante a CPI (2005-2006) que investigou o mensalão, a oposição não incluiu o então presidente Lula entre os alvos. Quando o publicitário Duda Mendonça disse ter recebido R$ 25 milhões pela campanha do petista em conta no exterior, cogitou-se investigar Lula, o que poderia levar a um processo de impeachment.

Mensalão tucano

O senador Jorge Viana (PT-AC) subiu ontem à tribuna do Senado para acusar o PSDB de ter dado início ao esquema de compra de votos enquanto esteve no governo de Minas Gerais. Ele cobrou que Marcos Valério venha a público dar detalhes sobre a operação do mensalão. "Essa história de mensalão não começou com o PT, esse esquema de financiamento ilegal para cobrir contas de partidos políticos, de caixa dois, começou em Minas Gerais com o PSDB, com o PFL, e tendo à frente o mesmo Marcos Valério", afirmou. "Os erros que o PT cometeu ou que alguns dirigentes do PT cometeram têm de ter um posicionamento e agora está na mão adequada, está na mão da Justiça. Não estou querendo apagar algo que é real".