O líder da Minoria na Câmara, José Carlos Aleluia (PFL-BA), disse nesta sexta-feira que o lançamento do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-PE) como candidato da base aliada à sucessão de Severino Cavalcanti na presidência da Câmara fortalece a candidatura de José Thomaz Nonô (PFL-AL), presidente interino da Casa. Segundo ele, a candidatura de Aldo Rebelo mostra que o governo decidiu comandar a Câmara sem intermediário, já que colocou seu ex-coordenador político como candidato.

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Embora ressalve que Aldo Rebelo é um homem de bem e que tem um passado que não pode ser atacado, Aleluia disse que é inusitado que o deputado, arrolado como testemunha de defesa do deputado José Dirceu (PT-SP) no Conselho de Ética, possa acabar presidindo o julgamento do ex-ministro no plenário da Câmara.

- Acho que Aldo Rebelo é um homem de bem, mas a candidatura mostra que o governo resolveu assumir o comando da Câmara sem intermediário. Isso fortalece a candidatura da oposição - disse Aleluia.

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Aleluia disse que o governo errou ao preterir a candidatura do presidente do PMDB, Michel Temer (SP). Segundo ele, Temer seria um candidato fortíssimo, mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria vetado seu nome, criando uma polarização entre a independência da Câmara e a submissão. Temer, que está em São Paulo, só deve anunciar na segunda-feira se desiste ou não da disputa. O líder do PT na Câmara, Henrique Fontana (RS), acusou a oposição de criar um clima de animosidade com o PMDB.

- A oposição tenta criar um clima de animosidade, mas nós trabalhamos para ter uma eleição tranqüila na próxima quarta-feira. Vamos continuar trabalhando com as diferentes alas do PMDB - disse Fontana.