O relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), admitiu para o presidente da comissão, senador Delcídio Amaral (PT-MS), sua dificuldade em interrogar o genro do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), Marcus Vinícus Vasconcelos Ferreira, que presta depoimento nesta quarta-feira.
- Não está fácil avançar nos questionamentos - desabafou Serraglio, após a série de perguntas que fez ao depoente sem conseguir arrancar informação relevante.
A senadora Heloísa Helena (PSOL-AL), primeira integrante da CPI a fazer perguntas após Serraglio, comentou que não via necessidade para o depoimento. E ironizou:
- Houve polêmica para sua vinda aqui, porque alguns precisam de qualquer jeito desestruturar o deputado Roberto Jefferson. Fizeram um esforço muito grande para que o senhor estivesse aqui - afirmou, voltando-se para o genro de Jefferson.
A senadora continuou:
- Muitos que tratavam o Roberto Jefferson como parceiro e companheiro, que assinavam cheque em branco para ele e entregaram a ele cargos estratégicos, mesmo sabendo que ele era da direita fisiológica, hoje se esforçam para desautorizá-lo.
O deputado ACM Neto (PFL-BA) concordou. E disse que o depoimento de Marcus Vinícius foi marcado após manobra da base do governo para desafiar Jefferson e tirar a legitimidade das denúncias dele.
- Estamos vivendo o momento de maior inutilidadeda CPI dos Correios até o presente instante. Era absolutamente desnecessária a vinda do senhor Marcus Vinícus para prestar depoimento no dia de hoje - atacou.
A senadora Ideli Salvatti (PT-SC) rebateu a acusação aos governistas e informou que o requerimento para o depoimento foi apresentado pelo deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS), que não faz parte da base de apoio ao governo.
- Esperem para me escutar - avisou o deputado, dando a entender que faria muitas perguntas quando chegasse sua vez.
O deputado Maurício Rands (PT-PE) também respondeu à oposição:
- Ao contrário do que disse o deputado ACM Neto, o depoente está aqui por ter sido citado por Maurício Marinho (pivô do escândalo de corrupção nos Correios) como os olhos e ouvidos de Jefferson nos Correios. A sua presença aqui tem nexo, diferente de outras, que foram eleitoreiras - argumentou.
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