A oposição atacou nesta quarta (18) o pacote anticorrupção anunciado pela presidente Dilma Rousseff como resposta às manifestações contrárias ao governo do último domingo.
Os oposicionistas afirmam que Dilma encaminhou ao Congresso medidas “requentadas”, que já tramitaram no Legislativo, por não ter propostas efetivas para apresentar à população.
Presidente do PSDB, o senador Aécio Neves (MG) disse que as medidas são “paliativas” e não solucionam os problemas do Brasil. “As propostas do governo não trazem nenhuma inovação. O que o Brasil clama é por exemplos. O governo tinha a responsabilidade de estar afastando aqueles que, nos seus quadros, efetivamente, estão hoje sendo objeto de denúncias. E não aconteceu absolutamente nada”, afirmou o tucano.
Em resposta ao pacote de Dilma, o PSDB vai apresentar proposta que determina a cassação do registro do partido que receber recursos provenientes de corrupção. A proposta é uma resposta ao PT, acusado por delatores de arrecadar recursos desviados da Petrobras para campanhas da sigla nas eleições de 2010. “Queremos pedir o apoio do PT para a tramitação deste projeto”, afirmou Aécio.
O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), disse que já existem leis anticorrupção no Brasil que não são colocadas em práticas pelo governo. O tucano considera desnecessário à presidente apresentar novos projetos de lei porque deveria insistir na regulamentação das que já existem. “O que a presidente faz é uma medida ineficaz de marketing. O pacote não resolve o problema. O governo passou meses para afastar diretores que estavam sob denúncias na Petrobras”, afirmou.
O líder do DEM, Ronaldo Caiado (GO), disse que a oposição não coloca obstáculos para projetos anticorrupção, mas discorda do pacote encaminhado por Dilma ao Congresso. “Não vimos nada nesse pacote que facilite a investigação da presidente. O pacote também inclui proposta que tipifica o caixa dois a partir de agora, então o PT não vai ser responsabilizado por isso?”, questionou Caiado.
As críticas ao pacote anticorrupção vêm, inclusive, de partidos aliados da presidente Dilma. Líder do PMDB, o senador Eunício Oliveira (CE) afirmou que o Senado já aprovou medidas apresentadas pela presidente que constam da lista encaminhada ao Congresso. “Qualquer medida de combate à corrupção será bem-vinda. Mas muitas das medidas foram aprovadas pelo Senado”, afirmou o peemedebista.
Em defesa das medidas, o líder do PT, Humberto Costa (PE), disse que o Congresso terá autonomia para modificar parte das propostas anticorrupção. Mas admitiu ser “muito difícil” que sejam aprovadas sem nenhuma alteração. “Algumas vão ser aperfeiçoadas. Mas a oposição, quando foi governo, não aprovou nenhuma delas.”
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