Apesar de classificar de eleitoreira a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de dar aumento salarial a mais de 30 categorias do serviço público, os líderes da oposição disseram que vão apoiá-la, sob o argumento de que os servidores do Executivo estão há anos com seus salários defasados.
O líder do PFL na Câmara, Rodrigo Maia (RJ), disse que durante o governo Fernando Henrique e nos três anos do governo Lula os servidores do Executivo foram maltratados, sem uma política sequer de reposição da inflação. Para ele, além de aprovar as MPs com os reajustes, o Congresso deveria aprovar um mecanismo que recomponha, ano a ano, os salários do Executivo.
- Considero 100% eleitoreiro e oportunismo do Lula. É triste ver o governo Lula, que tratou tão mal os servidores durante os três anos de governo, vir agora tapar buraco para não perder o apoio desta base que sempre apoiou o partido - disse Maia.
O líder do PSDB na Câmara, Jutahy Junior (BA), disse que o governo Lula só se preocupa com sua própria reeleição e toma decisões com base em pesquisas. Segundo o tucano, o PSDB vai avaliar as MPs para checar o impacto nas contas do governo.
- Está claro que o servidor público ficou decepcionado com as promessas mirabolantes, não cumpridas. Agora querem fazer um saco de bondades para não perder os votos deste público cativo. Temos que saber o impacto desta decisão e ver se são mesmo aumentos efeitivos, ou seja, se são justos ou se é apenas mais uma farsa do governo Lula - disse Jutahy Junior.
- É nitidamente um reconhecimento de que (o governo) não fez política de recursos humanos durante o governo e está fazendo agora política eleitoral. Uma tática para comprar votos. Mas sou a favor do aumento, como sou favorável aos programas sociais - acrescentou o líder da minoria, deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA).
O líder do PT na Câmara, deputado Henrique Fontana (RS) reagiu às críticas dizendo que o governo Lula está apenas cumprindo a promessa que fez de reestruturação do serviço público:
- A oposição, que atua de forma 100% eleitoral na Câmara e na luta política parece não entender que a requalificação do serviço público é algo que interessa ao Estado e não ao governo que está comandando o país.
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