A oposição reagiu nesta quinta-feira (20) à nota divulgada por partidos aliados do governo com críticas à oposição. Na nota dos aliados de Dilma Rousseff, os partidos acusam DEM, PSDB e PPS de "golpe" para influenciar o julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e "confundir" a opinião pública no processo eleitoral.
O presidente do DEM, José Agripino Maia, e do PSDB, Sérgio Guerra, afirmaram que a ação dos governistas é fruto do "desespero" ao constatarem que vão perder as eleições municipais em várias capitais do país.
"O PT não disputa mais o primeiro lugar, está competindo para ter o segundo. É desespero absoluto. Nós não temos o menor interesse em qualquer tumulto, quebra da ordem ou argumentos heterodoxos para influenciar as eleições", afirmou Guerra.Agripino disse que os governistas estão "vendo os efeitos do mensalão começarem a acontecer" sobre os partidos aliados da presidente Dilma Rousseff.
"Isso já é efeito da queda da candidatura do [Fernando] Haddad em São Paulo. Quem tem que ser acusado é quem está envolvido com o delito. O resto é desculpa de quem está perto de perder a eleição", afirmou o presidente do DEM.
Os oposicionistas afirmam que em São Paulo, Recife e Fortaleza o PT tem chances reais de perder a eleição --por isso resolveu partir para o ataque numa tentativa de fragilizar as candidaturas de democratas e tucanos. Eles atribuem ao presidente do PT, Rui Falcão, a articulação da nota assinada pelas legendas que integram a base de apoio ao governo.
Líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR) negou qualquer tentativa da oposição em pressionar o julgamento do mensalão, como acusam os governistas. O tucano disse que seria um "desrespeito" à Corte questionar a sua independência."Isso está totalmente fora do contexto. Estamos tão distantes desse julgamento que nem assistimos as sessões. O Supremo não tem esse tipo de comportamento."
O líder afirmou que a nota dos governistas é resultado do "desespero do PT diante das consequências do julgamento do mensalão". "A blindagem ao partido não é tão eficiente quanto antes. Há um desgaste entre os candidatos da base e seria surpreendente se não houvesse."
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