Líderes da oposição na Câmara afirmaram no início da tarde deste sábado (16) que vão entrar com uma notícia-crime para pedir investigação da Polícia Federal sobre atos tomados pelo governo federal nos últimos dias que, para os oposicionistas, representam “desvios de finalidade” no esforço para impedir a derrota da presidente Dilma Rousseff na votação do pedido de impeachment.
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A oposição reconheceu ter deixado de contar entre “dois a quatro” votos, entre sexta-feira e sábado, de parlamentares que se diziam indecisos mas que “poderiam votar a favor” do impeachment, daí a reação às atividades do Planalto.
Na entrevista coletiva concedida no Salão Verde da Câmara, os oposicionistas não apresentaram prova das alegações, mas prometeram fazê-lo quando do protocolo da denúncia na PF.
Segundo a oposição, deverá ser comunicada à PF “a transferência de terras da União ao Estado do Amapá”, que teria tido o objetivo de “garantir os oito votos da bancada do Estado”, pois haveria seis indecisos e dois contrários, além de uma série de nomeações publicadas no Diário Oficial da União neste sábado. A transferência, segundo a oposição, “foi assinada no Planalto” na sexta-feira, mas não publicada ainda no Diário Oficial.
Líder do DEM na Câmara, o deputado Pauderney Avelino alegou que o “Diário Oficial está recheado”. Segundo ele, a denúncia da oposição será “contra Lula, contra Dilma, contra alguns integrantes e agentes do governo”.
“Estão negociando cargos no governo. A guerra é válida mas dentro dos limites da lei. Não é vale tudo, não queremos o vale tudo”, afirmou o deputado do DEM.
A iniciativa da oposição de procurar a PF, segundo Avelino, “é o contra-golpe”. “O governo está tentando dar um golpe fora da Constituição.”
Mendonça Filho (DEM-PE) disse que está havendo “um jogo pesado” e “o mais sórdido e sujo da história da política brasileira”.
Segundo ele, o governo atua fortemente para obter votos favoráveis. Mas o deputado voltou a dizer que a oposição está em situação folgada, “fechou um balanço novo” que indicaria 367 votos favoráveis ao impeachment, 129 contrários e 17 indecisos.
O DEM alega que não vai procurar a PGR (Procuradoria Geral da República), mas sim a PF porque a Procuradoria estaria “fechada e sem plantonista”.
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