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Ambulante monta uma “lojinha” em São Paulo para tentar faturar com os protestos: união entre manifestantes e a oposição. | PAULO WHITAKER/REUTERS
Ambulante monta uma “lojinha” em São Paulo para tentar faturar com os protestos: união entre manifestantes e a oposição.| Foto: PAULO WHITAKER/REUTERS

O futuro dos protestos contra o PT e a presidente Dilma Rousseff passa pela união entre os organizadores das manifestações de 15 de março e 12 de abril e os partidos de oposição. Enquanto lideranças do movimento preparam visitas ao Congresso a partir desta quarta (15) para pressionar pela abertura de processo de impeachment, PSDB, DEM e PPS estudam como aderir a futuros eventos de rua. Até agora, as legendas têm apoiado as manifestações, mas não fizeram parte delas formalmente.

“Chegou a hora de comparecer. Até porque não podemos ser mais cobrados por nossa ausência”, diz o líder da oposição no Senado, Alvaro Dias (PSDB).

A percepção do tucano sobre a estratégia adotada pela sigla mudou no domingo (12). Alvaro era, até semana passada, defensor da tese de que o partido não deveria participar. Na última terça (7), os principais líderes do partido no Senado se reuniram e, em uma decisão apertada, decidiram ajudar na convocação de pessoas para a manifestação, mas só definir a adesão em cima da hora.

Aproximação passa por consenso sobre impeachment

  • Brasília

A possível aliança entre os organizadores das manifestações e a oposição vai passar pela postura das legendas em relação à abertura de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Até agora, apenas o Solidariedade apoia o processo – desde o começo de mês, busca a coleta de um milhão de assinaturas para formalizar o pedido. Inicialmente contrário, o PSDB está hoje rachado. Há caminho para um consenso de que o partido pelo menos não deveria “desencorajar a tese”. De acordo com pesquisa Datafolha, 63% dos brasileiros é favorável à abertura de um processo de impeachment, considerando todas as informações levantadas até agora pela operação Lava Jato. Ainda segundo o instituto apenas 13% dos manifestantes que foram à Av. Paulista domingo (12) saíram de casa para pedir o impeachment de Dilma. Para a maior parte (33%), o maior motivo foi a indignação com a corrupção.

Um grupo encabeçado pelo paulista Aloysio Nunes defendeu a participação, enquanto outro liderado por Alvaro foi contra. “Até agora, se comparecêssemos iria parecer oportunismo. Mas a situação mudou, as bandeiras das ruas estão mais consolidadas e a maiorias delas casa com as nossas”, diz o paranaense.

Nomes da oposição chegaram a participar, mas isoladamente. O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), por exemplo, esteve na Av. Paulista, tirou fotos ao lado do cantor Lobão, mas não discursou. O presidente do PSDB e candidato da legenda ao Palácio do Planalto no ano passado, Aécio Neves, gravou um depoimento de apoio aos protestos e deixou aberta até o último momento uma possível ida à manifestação em Belo Horizonte, porém não compareceu. Nesta segunda (13), Aécio sinalizou que vai abrir mais canais de diálogo com os manifestantes.

Não há garantias, contudo, de que o casamento vai prosperar. Em Curitiba, o vereador Professor Galdino (PSDB), envolveu-se em uma confusão durante o protesto de domingo e foi retirado com a escolta de policiais.

Em São Paulo, líderes dos dois maiores grupos que convocaram as manifestações, criticaram a oposição. O coordenador nacional do Movimento Brasil Livre disse que a oposição não pode continuar com uma “postura frouxa”. Embaixo do carro de som do grupo, houve registro de gritos, em coro, de “oposição de merda”.

Mesmo menor não tranquiliza o governo

Para o ministro da Comunicação Social, Edinho Silva (PT), a redução no número de participantes em relação aos protestos de março não gera alívio

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Em discurso, o porta-voz do Vem Pra Rua, Rogério Chequer, falou sobre a necessidade de “mais oposição, investigação e punição”. Chequer coordena uma aliança de 50 grupos que vai nesta quarta ao Congresso para cobrar a abertura do processo de impeachment contra Dilma. Setores de outros grupos fortes, como o MBL e o União Contra a Corrupção têm criticado o Vem Pra Rua pela aproximação com o PSDB.

Líder do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno disse que as primeiras conversas desta semana vão servir de termômetro para o futuro da relação. “Partido político não tem como substituir o que nasceu das ruas, no máximo pode marchar lado a lado”, declarou.

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