A OAB-DF estuda a possibilidade de pedir impeachment do governador José Roberto Arruda (DEM), acusado de envolvimento no esquema de cobrança de propina de empresas que prestam serviços ao governo do Distrito Federal e pagamento mensal para deputados da base aliada na Câmara Distrital. Esses pagamentos variavam de R$ 30 mil a R$ 50 mil. Deputados que fazem oposição a Arruda também falam em impeachment.
Com apenas 5 dos 24 integrantes da Câmara Legislativa do Distrito Federal, a oposição vai propor na terça-feira abertura de impeachment contra o governador José Roberto Arruda. Ao todo quatro são do PT: Chico Leite, Érica Kokay, Cabo Patrício, Paulo Tadeu. Apenas um deputado é do PDT, José Antonio Reguffe.
A oposição também quer instalar uma CPI para investigar o escândalo e abrir processos por quebra de decoro contra quatro deputados supostamente envolvidos no caso.
Para abrir processo de impeachment e instalar CPI, a oposição precisará arrebanhar os votos de mais três parlamentares - uma tarefa árdua, já que a Câmara é composta majoritariamente por aliados do governador. Mas pelo menos um voto já está contabilizado: o da deputada Jaqueline Roriz (PSDB), filha do ex-governador Joaquim Roriz, interessado em voltar ao cargo nas eleições de 2010.
O deputado distrital Chico Leite (PT) acredita que será fácil conseguir convencer outros dois colegas: "Vamos provocar um movimento social. Essa não é uma causa do PT, é da sociedade, dos trabalhadores".
Já o presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), disse em seu perfil no Twitter que não concorda com um possível impeachment do governador.
"Não defendo o impeachment do Arruda. Não devemos agir como o DEM. Defendo que as investigações sejam feitas, com serenidade, sem baixaria", escreveu o senador.
O governador permanece fechado na residência oficial de Águas Claras e não vai se manifestar sobre as denúncias, segundo sua assessoria.
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