Brasília (AG/Folhapress) As declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em entrevista ao "Roda Viva", exibida na noite de segunda-feira à noite pela TV Cultura, provocaram reações imediatas da oposição e de aliados, que saíram prontamente em sua defesa.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foi o primeiro a criticar as posições adotadas por Lula durante programa. FH disse que o presidente se arriscou ao defender petistas acusados de envolvimento no mensalão, como José Dirceu. "Ele assumiu a posição de que é solidário com os companheiros dele. Do ponto de vista do companheirismo, é bonito. Mas, como disse que é o maior responsável por tudo, Lula se colocou numa posição delicada", afirmou FH.
Sobre críticas de Lula, o ex-presidente afirmou que a privatização do setor de telefonia foi "tão bem feita" que as insinuações de irregularidades nunca resultaram em acusações formais.
O relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB- PR), disse que Lula cometeu um equívoco de avaliação ao afirmar que não há provas contra o deputado José Dirceu (PT-SP). Serraglio ressaltou que configuram provas contra José Dirceu os depoimentos do ex-deputado Roberto Jefferson, do ex-tesoureiro do PTB Emerson Palmieri e do empresário Marcos Valério, além das investigações da CPI.
O ataque mais inflamado partiu do líder do PFL na Câmara, deputado Rodrigo Maia (RJ), que acusou Lula de ter mentido durante a entrevista, comparando-o ao personagem Pinóquio. "Lula está se tornando uma figura parecida com o Pinóquio. Em alguns momentos da entrevista, parecia que o nariz dele iria crescer", afirmou.
Diante desta declaração, o líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), saiu em defesa do presidente. "O presidente reafirmou o que as investigações demonstraram. Não há mensalão. O que há é o caixa 2 envolvendo vários partidos", disse.
Outro que saiu em defesa do presidente foi o ministro de Relações Institucionais, Jaques Wagner, para quem Lula demonstrou conhecer a realidade brasileira e a crise política que envolve o governo e os partidos da base aliada.
Em contraposição, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Roberto Busato, disse lamentar o fato de Lula taxar de hilariante o que classificou de "a maior crise político-institucional da história da república brasileira".
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