Ministra decide destino de CPI
A ministra do Supremo Tribunal Federal Rosa Weber deixou para hoje a decisão sobre a CPI que investigará suspeitas envolvendo negócios da Petrobras. A oposição quer que seja instalada uma CPI exclusiva sobre a estatal, já os governistas pretendem incluir nas investigações o cartel das obras do metrô de São Paulo e a construção do Porto de Suape, em Pernambuco.
Após as declarações do ex-presidente da Petrobras José Sergio Gabrielli de que a presidente Dilma Rousseff deveria assumir suas responsabilidades sobre a negociação envolvendo a refinaria de Pasadena (EUA), a oposição na Câmara dos Deputados tentará ouvi-lo para que ele dê novas explicações sobre o caso. O líder do Democratas na Casa, Mendonça Filho (PE), protocolou ontem dois requerimentos de convite para Gabrielli: um para a comissão de Fiscalização Financeira e Controle e outro para a de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio.
O objetivo é que o ex-presidente explique a chamada "guerra de versões" entre o que afirmou o Executivo e o que dizem ex-diretores da estatal. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Gabrielli afirmou que Dilma "não pode fugir da responsabilidade" sobre o caso Pasadena. Para o deputado, o ex-presidente precisa esclarecer "eventuais mal-entendidos" entre a versão apresentada pelo governo e a defendida por integrantes da Petrobras.
Relatório
Quando veio à tona a informação de que a presidente havia aprovado a compra da refinaria quando fazia parte do Conselho de Administração da Petrobras, Dilma disse que aquisição foi feita com base em um documento "técnica e juridicamente falho".
Já o deputado Fernando Francischini (SDD-PR) afirma que ainda não se sabe qual é a parcela de responsabilidade da presidente Dilma Rousseff na compra da refinaria. "Qual é a parte que ela tem que assumir a responsabilidade? Ele [Grabrielli] precisa explicar isso", disse.
Os dois requerimentos serão votados pelas comissões hoje. No entanto, a oposição já prepara uma estratégia para o caso de derrota. Se foram rejeitados, um novo convite poderá ser proposto pela comissão externa da Câmara que investiga a relação da SBM Offshore com a Petrobras.
Defesa
Ontem, o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, afirmou que Dilma e os demais membros do Conselho de Administração da Petrobras, já assumiram suas responsabilidades "nos termos do resumo executivo que foi apresentado pelo diretor internacional da empresa".
Investigação
Comissão externa que apura suspeita de propina amplia o foco
Agência Estado
Criada para apurar a suspeita de pagamento de propina a funcionários da Petrobras pela holandesa SBM Offshore, a comissão externa da Câmara aprovou ontem iniciativas para ampliar seu foco e investigar o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, preso no mês passado na Operação Lava Jato, da Polícia Federal. A comissão ainda espera autorização do juiz federal Sérgio Moro, responsável pelo inquérito, para ir ao Paraná ouvir o ex-diretor. O requerimento aprovado pela comissão pede que o Tribunal de Contas da União (TCU) fiscalize contratos realizados entre a Astromarítima e a Petrobras. O nome da empresa aparece em planilha encontrada na casa de Costa ao lado de anotações que a Polícia Federal suspeita serem comissões a receber. Além do pedido de fiscalização, foi aprovado também convite para que Renato Cabral, CEO da Astromarítima preste depoimento. "A Astromarítima diz que era uma comissão por um investimento que seria feito, mas uma comissão de 50% não é normal", diz o líder do SDD, Fernando Francischini (PR). Criada em março, a comissão externa tem uma composição que sinalizaria um equilíbrio entre governistas e oposicionistas, mas os aliados não têm feito força para barrar os intentos da oposição.
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