A agenda mínima apresentada pelos empresários na semana passada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva encontra resistências dos partidos de oposição (PSDB e PFL) no Congresso. Nesta quarta-feira, os presidentes da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, e da Confederação Nacional das Instituições Financeiras, Gabriel Jorge Ferreira, visitaram parlamentares e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Para o presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (PFL-SC), e o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), a crise política impede uma negociação com o governo.
- Enquanto estiver este clima como as denúncias em relação ao PSDB de Minas Gerais e acordos não cumpridos na CPI, não se pode discutir agenda nenhuma. Um discurso positivo só depois de apurar as irregularidades - disse Arthur Virgílio.
Armando Monteiro, da CNI, defendeu o argumento de que é preciso mostrar uma agenda mínima de medidas para realizar a travessia da crise política, iniciada com as investigações da CPI dos Correios. Segundo ele, as propostas não são reformas constitucionais que necessitam de longas votações no Congresso, mas sim, aperfeiçoamentos legais. O presidente da CNI ressaltou que a mobilização dos empresários começa a dar resultados. Na quarta-feira, o governo anunciou que o Banco do Brasil será o gestor do fundo para garantias das Parcerias Público-Privadas (PPP).
- A agenda não tem elementos exóticos e oportunistas. É algo para não comprometer o ambiente institucional e a economia. O governo e o Congresso têm que seguir funcionando, para uma travessia da crise com o menor custo possível - afirmou Armando Monteiro, que se reuniu também com o presidente do PSDB, senador Eduardo Azeredo (MG), um dos alvos de denúncias por envolvimento com o empresário Marcos Valério Fernandes.
Bornhausen se mantém reticente a negociar com o governo Lula, principalmente com relação aos rumos da CPI dos Correios. Segundo ele, a agenda mínima depende muito mais hoje de projetos na Câmara dos Deputados. O presidente do PFL disse ser favorável a discutir o projeto de lei para micro e pequenas empresas, mas rejeita a proposta em discussão de mudança nas agências reguladoras (Aneel de energia elétrica, Anatel de telefonia, ANP de petróleo). Borhausen acredita que não haverá negociação prévia com o governo, que deve apenas enviar suas propostas.
- O PFL tem a posição de fazer acordos a respeito de investigações e punições. E não acredito em pontos da agenda como choque de gestão do governo federal - assinalou Bornhausen, que recebeu um grupo de representantes das confederações de empresários.
Governadores e oposição articulam derrubada do decreto de Lula sobre uso da força policial
Tensão aumenta com pressão da esquerda, mas Exército diz que não vai acabar com kids pretos
O começo da luta contra a resolução do Conanda
Governo não vai recorrer contra decisão de Dino que barrou R$ 4,2 bilhões em emendas