A oposição até concorda com algumas opiniões governistas, mas o principal ponto de divergência acaba sendo os métodos adotados. "As demandas podem ser legítimas, mas a forma é questionável", aponta o deputado estadual Durval Amaral (PFL), um dos principais oposicionistas de Requião e líder do governo na gestão anterior. Para ele, o governo encampa algumas brigas e adota a irresponsabilidade do discurso fácil. "Que faça pelo caminho do Direito", recomenda.
As conseqüências das ações do atual governo, na visão do parlamentar, serão sentidas por administrações futuras. "Estão fazendo uma conta agora que será paga por governos posteriores e, em última instância, pelos cidadãos paranaenses", afirma. Amaral alega que muitas atitudes governistas renderão indenizações e outros tipos de despesas que acabarão saindo dos cofres públicos.
Com a justificativa de estar preocupado com o impacto financeiro do governo Requião, o pefelista propôs um projeto de lei que obriga os mandatários públicos a arcarem com o patrimônio pessoal com eventuais ônus que causem por ações dolosas ou culposas. A proposta foi aprovada na Assembléia, vetada pelo governo e mantida pelos deputados. Agora o assunto é tema de uma disputa judicial, já que o governo alega que a lei é inconstitucional.
Como exemplo de medidas que podem gerar custos para o estado, Amaral cita a recente decisão de liberar as cancelas nas praças de pedágio da Rodovia das Cataratas. Também aponta a suspensão do contrato da Usina Elétrica a Gás (UEG), de Araucária. Para o parlamentar, uma eventual indenização bilionária pode inviabilizar o funcionamento da Copel. Há ainda a questão das perdas indiretas, continua o deputado, como as conseqüências econômicas para a economia paranaense com a proibição do cultivo e transporte de grãos transgênicos.
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