Os líderes dos partidos de oposição no Congresso pediram nesta sexta-feira (10) que a CPI mista da Petrobras realize sessões administrativas extras na semana que vem para apresentarem e tentarem aprovar requerimentos de convocação dos envolvidos nas denúncias do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef.

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Os oposicionistas querem convocar o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, acusado de intermediar os desvios na Petrobras e o ex-diretor de Serviços da estatal entre 2004 e 2012, Renato Duque, acusado de atuar para repassar parte dos valores das obras de sua diretoria para o PT.

Na quinta (9), o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef depuseram à Justiça Federal no Paraná e deram detalhes sobre o desvio de recursos da Petrobras, que, segundo Costa, serviria para abastecer PT, PP e PMDB.

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Os deputados querem convocar também o jornalista Breno Altman e Enivaldo Quadrado, operador do mercado financeiro que foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal por ter distribuído dinheiro do mensalão no início do governo Lula e que mais tarde passou a trabalhar para Youssef.Em depoimento à CPI mista da Petrobras na quarta-feira (8), a ex-contadora do doleiro revelou que buscou dinheiro com Altman em três ocasiões para pagar a multa do mensalão de Quadrado, para quem Pozza trabalha.

Procurado pela reportagem, Altman, que é filiado ao PT de acordo com a Justiça Eleitoral, negou ter entregado o dinheiro a Meire e classificou suas declarações de "fantasiosas". Por meio de nota, o líder do PSDB na Câmara, Antônio Imbassahy (BA), afirmou que as revelações "dão conta da existência de um esquema de arrecadação ainda maior que o mensalão, embora se trate de nada mais do que a continuação daquele mesmo escândalo, apenas com a troca dos operadores pegos pela Justiça por novos nomes".

Na próxima quarta-feira (22), a CPI irá ouvir José Carlso Cosenza. Ele substituiu Costa na diretoria de Abastecimento da Petrobras. De acordo com reportagem da revista "Época", Costa tinha acesso à empresa mesmo depois de ter sido demitido, em 2012. A reportagem mostrou ainda que os dois despachavam juntos sobre assuntos da cúpula da estatal.

Apesar do esforço, parlamentares da oposição acreditam que a base aliada fará o que puder para barrar a análise dos requerimentos. Caberá ao presidente do colegiado, o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), decidir pelas sessões administrativas.

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