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“O deputado vai ter de escolher: ou ele quer a emenda hoje, ou o voto amanhã.” Onyx Lorenzoni, deputado federal (DEM-RS), afirmando que os parlamentares vão ter de enfrentar a pressão do governo federal, que pode cortar emendas ao orçamento dos que apoiarem a CPI | Antônio Cruz/ABr
“O deputado vai ter de escolher: ou ele quer a emenda hoje, ou o voto amanhã.” Onyx Lorenzoni, deputado federal (DEM-RS), afirmando que os parlamentares vão ter de enfrentar a pressão do governo federal, que pode cortar emendas ao orçamento dos que apoiarem a CPI| Foto: Antônio Cruz/ABr

Paranaenses

Confira o posicionamento dos deputados e senadores do estado:

Assinaram

Senado

Alvaro Dias (PSDB).

Câmara

Abelardo Lupion (DEM); Alceni Guerra (DEM); Affonso Camargo (PSDB); Alfredo Kaefer (PSDB); Cezar Silvestri (PPS); Dilceu Sperafico (PP); Eduardo Sciarra (DEM); Gustavo Fruet (PSDB); Luiz Carlos Hauly (PSDB); Luiz Carlos Setim (DEM); Osmar Serraglio (PMDB); Moacir Micheletto (PMDB); e Takayama (PSC).

Não assinaram

Senado

Osmar Dias (PDT); e Flávio Arns (PSDB).

Câmara

Airton Roveda (PR); Alex Canziani (PTB); André Vargas (PT); André Zacharow (PMDB); Angelo Vanhoni (PT); Assis do Couto (PT); Chico da Princesa (PR); Dr. Rosinha (PT); Giacobo (PR); Hermes Parcianello (PMDB); Marcelo Almeida (PMDB); Nelson Meurer (PP); Odilio Balbinotti (PMDB); Wilson Picler (PDT); Ratinho Jr. (PPS); Ricardo Barros (PP); e Rocha Loures (PMDB)

Bancada

14 paranaenses assinam o requerimento de investigação

Treze deputados paranaenses e o senador Alvaro Dias (PSDB) assinaram a lista de apoio à criação da CPI do MST apresentada ontem no Congresso Nacional. A bancada, composta por 30 deputados e 3 senadores, foi a quarta colocada em número de assinaturas. Ficou atrás somente das de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Os paranaenses, entretanto, também foram decisivos para o fracasso da primeira tentativa de instalação das investigações, no mês passado. Quatro deputados do estado retiraram o apoio em cima da hora – André Zacharow (PMDB), Nélson Meurer (PP), Odilio Balbinotti (PMDB) e Rodrigo Rocha Loures (PMDB). Todos são de partidos da base aliada ao governo Lula. Além disso, Balbinotti é o maior produtor de sementes do país e Meurer já foi dirigente de um sindicato patronal rural.

Apesar da pressão, quatro deputados de legendas governistas mantiveram as assinaturas no novo requerimento – Dilceu Sperafico (PP), Hidekazu Takayama (PSC), Moacir Micheletto (PMDB) e Osmar Serraglio (PMDB). Do outro lado, apenas um oposicionista deixou de assinar o documento, o senador Flávio Arns, que acabou de trocar o PT pelo PSDB.

"Não assinei justamente porque o gesto poderia ser interpretado como uma retaliação ao PT, o que ficaria muito estranho no meu processo de desfiliação", explicou Arns. O outro senador do estado, Osmar Dias (PDT), disse que não teria problemas em assinar o requerimento, mas que decidiu não apoiar a CPI para respeitar uma decisão do partido, que é governista. (AG)

Brasília - Oposição e ruralistas farão uma vigília até a meia-noite de hoje no Congresso Nacional para evitar um novo fracasso na instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI mista) para investigar irregularidades em repasses de verba pública para entidades ligadas ao Mo­­­vimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Após apresentar ontem mais um requerimento para a abertura da CPI, eles pretendem evitar uma evasão de assinaturas de apoio à proposta, o que impediu a formalização da comissão em setembro. O plano é constranger possíveis "vira-casacas" de última hora.

O documento protocolado ontem contava com o apoio de 188 deputados e 35 senadores. Para ser validado, é necessário que ele primeiro seja lido em sessão do Congresso Nacional, marcada para as 10 horas. Como há acordo para a leitura, depois será necessário manter as assinaturas de pelo menos 171 deputados e 27 senadores até a meia-noite de hoje.

Na última tentativa de instalação da CPI, 42 parlamentares retiraram o apoio por pressão do governo federal e inviabilizaram a investigação. "Não vamos mais correr esse risco. Fizemos uma triagem e esclarecemos a todos os que aceitaram assinar o que poderia acontecer", disse o líder do DEM na Câmara dos Depu­­­tados, Ronaldo Caiado (GO).

Autor do requerimento, o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) disse que o principal instrumento do governo para pressionar os parlamentares são os cortes nas emendas ao orçamento. Cada congressista teve o direito de indicar R$ 10 milhões em emendas no ano passado que podem ou não ser executadas pelo Poder Executivo em 2009. Por outro lado, ruralistas e oposição prometem constranger os colegas que mudarem de ideia com uma ampla divulgação do posicionamento, especialmente no caso dos que mantêm negócios no campo.

"O deputado vai ter de escolher: ou ele quer a emenda hoje, ou o voto amanhã", afirmou Lorenzoni. Além disso, o poder de convencimento dos ruralistas aumentou após a divulgação de imagens de uma invasão promovida pelo MST em uma fazenda da Cutrale no interior de São Paulo. Durante a ação, ocorrida no dia 28 de setembro, os sem-terra arrancaram 7 mil pés de laranja e destruíram ou danificaram 28 tratores.

O argumento fez balançar até o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), um dos principais aliados do governo Lula no Congresso. "Há clima (para a instalação da CPI), em face de uma atividade muito destrutiva que o MST produziu", disse o peemedebista. Apesar disso, os parlamentares ligados aos sem-terra não desistiram de uma nova operação para a retirada de assinaturas.

O deputado paranaense Dr. Rosinha (PT) está entre os organizadores do contra-ataque. "Essa ação na Cutrale foi um erro enorme, mas eu tenho informações seguras de que ela não partiu da coordenação nacional do MST. Há muita coisa que está sendo misturada nessa história, mas que não justifica o uso político de uma CPI", declarou o petista. Rosinha também confirmou que, caso a comissão seja mesmo instalada, vai trabalhar para que as investigações também se estendam às entidades ligadas às associações patronais do agronegócio.

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