Os líderes da oposição protocolaram na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara nesta quarta (8) requerimento no qual solicitam que o ex-ministro-chefe da Casa Civil Antonio Palocci, seja convidado a explicar aos deputados a evolução do seu patrimônio. Segundo o jornal "Folha de S.Paulo", Palocci teve seu patrimônio ampliado em 20 vezes entre 2006 e 2010.
Nesta terça (7) Palocci pediu demissão do cargo para evitar que a crise política envolvendo seu enriquecimento prejudicasse as atividades do governo. Por não exercer mais um cargo público, o ex-ministro não pode ser convocado, apenas convidado, e foi esse motivo que levou a oposição a apresentar o novo pedido.
Palocci falaria na Câmara sobre "a vultosa evolução patrimonial de seus bens, no período de quatro anos, e, especialmente, sobre seu envolvimento em contrato de aluguel supostamente fraudulento, vez que pactuado com empresas de fachada", diz o requerimento elaborado pelo deputado Mendonça Filho (DEM-PE).
O ex-chefe da Casa Civil foi alvo de denúncias de que o apartamento alugado onde mora estaria em nome de um laranja. Palocci também teria de explicar o faturamento de R$ 20 milhões de sua empresa de consultoria, a Projeto.
Convite da base
Nesta terça (7), o líder do PT na Câmara, deputado Paulo Teixeira (SP), afirmou que a base governista iria levar ao Palácio do Planalto uma proposta de convite para que o ex-ministro vá à Casa explicar a sua evolução patrimonial.
Segundo Teixeira, o presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), comanda o movimento para que Palocci fale aos deputados. O líder do PT disse que será Maia o responsável por levar a proposta ao Planalto. "Esse convite ainda está sendo costurado na Casa. A ideia é que ele possa vir à Câmara entre esta e a próxima semana. A data ainda será acordada", afirmou Teixeira.
Ainda de acordo com o líder do PT, o convite para o ministro participar de uma comissão da Câmara será "bom" para Palocci. "Tenho o sentimento de que é bom que ele venha falar aos deputados. A bancada do PT mantém o apoio ao ministro", afirmou Teixeira.
A pressão da oposição para que Palocci seja convocado a falar na Câmara e a decisão do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, de arquivar investigações contra o ministro são argumentos que favorecem o acerto de um convite para que Palocci vá ao Congresso em um clima amigável, avalia o líder do PT. Na avaliação da base governista, não pode haver um ministro no governo que se recuse a falar no Congresso.
Vaccarezza
Mais cedo, em entrevista à Agência Câmara, o líder do governo na Casa, Cândido Vaccarezza (PT-SP), afirmou que o ex-ministro poderá falar na Câmara.
Vaccarezza disse que o ex-ministro já manifestou a disposição de comparecer à Câmara. Palocci seria ouvido pela Comissão de Constituição e Justiça, segundo Vaccarezza.
À tarde, após a posse da senadora Gleisi Hoffmann no lugar de Palocci, Vacarezza afirmou que deixou a Casa Civil porque não tinha mais "condições políticas" de permanecer no cargo.
Segundo o deputado, Palocci não atuou de forma antiética ao trabalhar como consultor econômico enquanto era deputado federal e ter o patrimônio multiplicado por 20 em quatro anos.
"O Palocci sai numa situação em que ele não tinha condições políticas, como ele identificou. Não foi por razões éticas, mesmo porque a Procuradoria-Geral da União foi clara. Não houve tráfico de influência, não houve nada", afirmou.
Vaccarezza defendeu ainda o ministro de Relações Institucionais, Luiz Sérgio, que estaria com o cargo ameaçado. Com a queda de Palocci, Dilma estaria pensando em reformular ministérios com sede no Palácio do Planalto.
Como ministro da Casa Civil, Palocci acumulava a função de gestão com a de articulação política, papel que tradicionalmente cabe ao Ministério de Relações Institucionais.
"O Luiz Sérgio é um ministro competente, qualificado. Boa parte das vitórias do governo no Parlamento teve a participação direta do Luiz Sérgio", afirmou Vaccarezza.
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