A oposição está atuando em diversas frentes para pedir explicações do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, sobre a evolução de seu patrimônio e as atividades da Projeto, empresa na qual ele detém 99,9% do capital. O DEM, o PSDB e o PPS vão apresentar entre esta segunda e terça-feira requerimentos de convocação do ministro na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle e na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara.
Em outra linha, o PPS entra, amanhã, com uma representação na Procuradoria-Geral da República pedindo a abertura de inquérito para investigar suposto enriquecimento ilícito do ministro da Casa Civil, com base no aumento de patrimônio de Palocci em 20 vezes, revelado em reportagem do jornal Folha de S.Paulo. A oposição quer saber a origem do dinheiro usado para comprar um apartamento em São Paulo, de R$ 6,6 milhões, e um escritório de R$ 882 mil.
O PSDB anunciou também que vai apresentar requerimentos de informação ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), à Receita Federal e à Controladoria-Geral da União para verificar se esses órgãos detectaram a existência de movimentações financeiras atípicas da Projeto e de Palocci.
Os líderes dos partidos cobram explicações. "O ministro precisa justificar sua evolução patrimonial. Muitos petistas tiveram enriquecimento evidente, como o ex-ministro José Dirceu e o ex-presidente Lula dando palestras milionárias. O governo não pode ser ponte para negócios", disse ACM Neto.
"É importante que o ministro Palocci tenha a oportunidade de se explicar na Câmara. Pelo cargo que ocupa, é crucial que qualquer suspeita contra ele seja esclarecida o quanto antes", fez coro o líder do PSDB, Duarte Nogueira.
"Se, como diz o ministro, o aumento de seu patrimônio é legal, ele poderia revelar para quem sua consultoria prestou serviços e quanto recebeu de cada cliente ao longo dos últimos quatro anos. Isso acabaria com qualquer dúvida sobre o caso", afirma o líder do PPS, deputado federal Rubens Bueno. Essa é a maneira, segundo o líder, de mostrar que a consultoria do ministro não atuava como intermediária de lobbies em negócios envolvendo a iniciativa privada e o governo federal.
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