As gestões do governador Tarso Genro (PT-RS) e do prefeito de Porto Alegre, José Fortunati (PDT), começaram a sofrer os primeiros desgastes após operação da Polícia Federal que prendeu as principais autoridades ambientais do Rio Grande do Sul.
A oposição aos governos já se articula para coletar assinaturas e instaurar CPIs na Assembleia Legislativa e na Câmara Municipal.
Suspeitos de envolvimento em fraudes em processos de licenciamento ambiental, os secretários do Meio Ambiente Carlos Niedersberg (PC do B), do Estado, e Luiz Fernando Záchia (PMDB), da capital, foram presos temporariamente ontem e já foram afastados dos cargos.
Também foi preso Berfran Rosado, atual consultor ambiental que esteve no comando da pasta no governo Yeda Crusius (PSDB) e era filiado ao PPS (atual MD).
Na Assembleia, os seis deputados do PSDB assinaram hoje pedido de abertura de CPI para apurar os fatos. São necessárias 19 assinaturas.
"Esperamos contar com a bancada do PT, porque na Câmara Municipal eles assinaram", disse o deputado tucano Jorge Pozzobom. "Vamos cobrar coerência."A assessoria da bancada petista na Assembleia informou que o partido irá avaliar a necessidade de investigação complementar à da PF.
No Legislativo municipal, os cinco vereadores petistas assinaram a favor de uma CPI.
O pedido de apuração partiu do vereador Pedro Ruas (PSOL). De 12 assinaturas necessárias, foram coletadas 11. Segundo Ruas, nenhum vereador da bancada do PDT, partido do prefeito, assinou.
"Queremos mapear os danos causados, com foco nas toneladas de areia retiradas do rio Jacuí [por mineradoras]", afirmou.Segundo a PF, empreendimentos da construção civil e da mineração eram os principais beneficiados pelo suposto esquema de corrupção em órgãos ambientais no RS.
Mari Perusso e Marcelo do Canto, indicados pelo governo estadual e pela prefeitura, respectivamente, para assumir o Meio Ambiente, procuraram hoje a PF para colaborar com a investigação.Em nota, o PC do B se disse "surpreendido" pela prisão de Niedersberg, "dirigente do partido prestigiado no governo Tarso", mas defendeu "ampla investigação".A reportagem não conseguiu contato hoje com os advogados dos suspeitos presos.
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