O candidato a vice-presidente e líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes (SP), afirmou que o partido entrará com representações contra a presidente Dilma Rousseff, parlamentares, funcionários da Petrobras, do Senado e da Secretaria de Relações Institucionais pela suposta fraude na CPI da estatal petrolífera. Reportagem da revista Veja mostra suposto diálogo entre servidores da Petrobras em que tratam sobre uma trama para antecipar as perguntas que seriam feitas aos depoentes da CPI.
As representações da oposição devem ser feitas no Senado e no Conselho de Ética da Presidência da República. Um dos parlamentares que será alvo da representação é o relator da comissão investigativa, senador José Pimentel (PT-CE).
Segundo Aloysio, além do PSDB, as representações devem ser assinadas pelo DEM. Ele diz ter conversado com o presidente do Democratas, Agripino Maia (RN), para acertar os detalhes da representação. "Espero que o presidente do Senado tome as providências que cabem a ele tomar. Nós vamos fazer representações", afirmou Aloysio, após evento de campanha do presidenciável Aécio Neves (PSDB).
De acordo com o tucano, a presidente "é, pelo menos, responsável moral" pela suposta fraude. "É impossível que ela não soubesse o que estava se armando este crime contra uma instituição da República", acrescentou. Em vídeo divulgado pela revista Veja, o chefe do escritório da Petrobras em Brasília, José Eduardo Sobral Barrocas, o advogado da empresa Bruno Ferreira e uma terceira pessoa, ainda desconhecida, combinam o envio prévio de perguntas e um "gabarito" de respostas aos convocados para depor na CPI.
Aécio disse que a denúncia é "extremamente grave". "Brincam com a inteligência do brasileiro. Se confirmadas essas denúncias, estamos diante de uma grande farsa. Uma farsa que avilta o Congresso brasileiro em uma de suas funções fundamentais", afirmou.
Outro lado
Em nota publicada ontem, a Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, comandada pelo ministro Ricardo Berzoini, afirma que "não elaborou perguntas para uso dos senadores" que integram a CPI. A nota também traz a informação de que o assessor especial da pasta, Paulo Argenta, teria garantido que "jamais" preparou as questões que foram antecipadas aos diretores da estatal que prestaram depoimento na comissão.
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