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A oposição apresentou nesta segunda-feira (17) requerimentos no Senado e na Câmara para ouvir os envolvidos na denúncia de desvio de recursos do Ministério do Esporte. O líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), solicitou uma audiência pública com o ministro do Esporte, Orlando Silva, o ex-ministro e atual governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, e o policial militar João Dias Ferreira. Já o líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), quer ouvir Ferreira e o motorista Célio Soares Pereira, denunciantes do esquema de corrupção na pasta. A legenda também pede a presença de um representante do Ministério Público Federal na reunião.

O pedido do PSDB foi feito na Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado, que poderá votá-lo em sua próxima reunião, na terça-feira. Já o requerimento do PPS foi apresentado na Comissão Turismo e Desporto da Câmara, que deverá votá-lo na quarta.

- Eu apresentei requerimento convidando o ministro Orlando Silva, o ex-ministro Agnelo Queiroz e o denunciante João Dias Ferreira. Se eventualmente o João Dias não puder ser convidado em razão da maioria governista impedir, nós buscaremos outras formas para ouvi-lo - afirmou Alvaro Dias.

- O Poder Legislativo deve exercer o seu papel constitucional e apurar com rigor e isenção essa denúncia gravíssima. Não vamos ficar só no depoimento do ministro, queremos ouvir os denunciantes - disse Rubens Bueno.

Tanto o PPS como o PSDB também protocolaram nesta segunda-feira representações na Procuradoria Geral da República pedindo que essas denúncias sejam investigadas. Alvaro Dias disse ainda que as denúncias não são novas e que já estão trabalhando nesse caso há cerca de quatro anos.

- Em 2007 o líder Arthur Virgílio (PSDB-AM) apresentou requerimento de informações a respeito. Em 2008 eu apresentei um pedido de auditoria no Tribunal de Contas da União (TCU) em função dos indícios que encontramos nos trabalhos da CPI das ONGs. Essas providências não foram suficientes. A presidente Dilma teve a oportunidade de mudar toda a equipe do Ministério do Esporte e a manteve, mesmo contaminada por tantas denúncias - criticou.

De acordo com a revista "Veja" do último fim de semana, o ministro do Esporte teria desviado dinheiro do programa Segundo Tempo, usando ONGs como fachada. Orlando Silva foi apontado como mentor e beneficiário desse esquema. O policial João Dias Ferreira disse na reportagem que as entidades só recebiam recursos se houvesse o pagamento de uma taxa de até 20% do valor dos convênios. O ministro negou as denúncias e disse que Dias Ferreira terá que provar suas acusações à Polícia Federal.

Ainda segundo a denúncia, o PCdoB indicaria os fornecedores e as pessoas encarregadas de conseguir notas fiscais frias. Apontado pelo policial como o encarregado de entregar dinheiro ao ministro, o motorista Célio Soares Pereira contou que entregava dinheiro pessoalmente a Orlando Silva na garagem do ministério. Em oito anos, o esquema teria desviado R$40 milhões.

O Ministério Público de São Paulo suspeita também que uma organização não governamental recebeu R$ 28 milhões do Ministério do Esporte para o programa Segundo Tempo esteja envolvida em desvio de dinheiro público e beneficiando políticos do PCdoB. Segundo denúncia do "Fantástico", da TV Globo, há indícios que a ONG Pra Frente Brasil, gerenciada pela ex-jogadora de basquete Karina Valéria Rodrigues, tenha contratado empresas de fachada para fornecer lanche e material esportivo, com participação de laranjas.

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