Brasília (Folhapress) – A oposição vai reapresentar semana que vem, na CPI dos Correios, o requerimento de convocação de Ademar Palocci, irmão do ministro Antônio Palocci (Fazenda). A proposta, que irritou o ministro, foi rejeitada na quinta-feira pela base do governo.

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Atual diretor de engenharia e planejamento da Eletronorte e ex-secretário de Finanças da Prefeitura de Goiânia, Ademar Palocci é acusado de envolvimento em suposto uso de caixa 2 do PT na cidade e tráfico de influência.

Parlamentares da própria base aliada estão defendendo que se aprove a convocação de Ademar, para evitar mais um desgaste, mas sem definir uma data. A medida, no entanto, não é consenso. Para parte dos governistas, ela representaria uma derrota política.

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Outro motivo da resistência à convocação é a contrariedade do ministro da Fazenda.

Deputados do PT que conversaram com ele nesta semana disseram que Palocci ficou irritado com a possibilidade de a CPI convocar seu irmão. Eles negam, porém, que o ministro tenha ameaçado deixar o cargo.

O ministro teria ficado contrariado porque havia recebido recados da oposição de que, em nome da estabilidade econômica, não seria convocado para explicar acusações feitas por seu ex-assessor Rogério Buratti. Palocci foi acusado de receber propina de R$ 50 mil mensais da empresa Leão Leão, da qual Buratti era vice-presidente, quando era prefeito de Ribeirão Preto (2001-2002).

Para o ministro, parlamentares do PSDB e do PFL estariam fazendo jogo duplo. Ao mesmo tempo em que afirmam que vão preservá-lo, estariam investigando sua família e aliados.

"Se (Ademar) não fosse meu irmão, não seria convocado", disse o ministro, segundo petistas. Palocci teria afirmado ainda que prefere ser convocado para dar explicações às CPIs a ver seu irmão prestando depoimento. O ministro nega as acusações contra Ademar.

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"Vamos apresentar o requerimento de convocação do Ademar Palocci toda semana, até ele ser aprovado. Vai ser pior para o governo blindá-lo, porque novas denúncias podem surgir e tornar inevitável que ele preste depoimento", disse o deputado Antônio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA), membro da CPI.