Em acordo com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deputados da oposição apresentarão questão de ordem nesta terça-feira (12) pedindo que os parlamentares que faltarem à sessão de votação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff no próximo domingo (17) alegando problemas de saúde sejam submetidos a exame do departamento médico da Casa.
A ideia dos oposicionistas é que, caso o órgão da Câmara não ateste motivo para a ausência, o deputado seja submetido a processo de cassação do mandato por quebra de decoro no Conselho de Ética.
A ação faz parte de uma estratégia da oposição para evitar que deputados faltem à votação e, com isso, não seja possível alcançar o número de votos suficiente para aprovar o impeachment, de 342. O governo vem tentando, junto a parlamentares que têm dificuldades em votar contra o impeachment devido às pressões de suas bases eleitorais, que ao menos faltem à sessão para não precisarem votar contra a presidente.
“Ele tem até o direito de faltar, desde que assuma que está faltando por outra razão qualquer, e não por problema de saúde. Alegar que está doente para não comparecer à votação do impeachment é uma fraude ao processo de votação que constitui quebra de decoro e deve ser julgada pelo Conselho de Ética”, afirma o deputado Mendonça Filho (DEM-PE).
Eduardo Cunha também pretende constranger os faltosos em plenário no dia da votação, segundo relatos. O peemedebista convocará a votar os deputados, um a um, e fará uma segunda chamada com os ausentes na primeira parte da votação. O presidente da Câmara quer garantir o máximo de quórum possível para a análise do impeachment.
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