A oposição reagiu nesta quinta-feira (20) à mobilização do PT para que seus militantes participem de manifestações marcadas para a tarde de hoje em diversas capitais do país. Os petistas se articulam, nas redes sociais, para que a militância saia com bandeiras vermelhas e gritos de apoio à presidente Dilma Rousseff e ao partido - numa tentativa de reduzir os desgastes dos protestos à imagem do governo.

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Líder do PSDB, o senador Aloysio Nunes Ferreira (SP) disse que a mobilização é uma "estupidez" porque as manifestações têm o caráter suprapartidário. "Quem quiser surfar nessa onda, vai dançar. A manifestação do PT paralela aos protestos é de uma estupidez monumental. As manifestações estão expelindo todos que querem partidarizar o movimento ou aqueles que agem com violência", disse o tucano.

Para o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), o movimento do PT vai ser um "tiro no pé" porque os manifestantes não querem vinculações políticas às suas reivindicações. "Isso me lembra o ex-presidente Collor que, quando pediu apoio à população, todos colocaram bandeiras pretas em frente a sua casas. O PT quer reeditar aquele momento", afirmou.

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Para Dias, o PT vai agir de forma "oportunista" numa tentativa de "confundir" a opinião pública. "A arma dos petistas para iludir a opinião pública foi a mentira. A atitude do PT quer, mais uma vez, iludir a população", afirmou.

Em defesa do ato, o senador Humberto Costa (PT-PE) disse que uma eventual participação da sigla nas manifestações não representa a partidarização dos protestos. "Mesmo que qualquer partido participe, isso não é partidarizar. Também não é correto insinuar que é um movimento contra o PT. O desgaste atinge a todos".

Nas redes sociais, militantes do PT têm usado as hastags (palavras-chave) #VemraRua e #OndaVermelha para conclamar os simpatizantes à sigla a participarem dos protestos. Mobilização

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, diz que está "conclamando" a militância do partido a participar da manifestação na av. Paulista liderada pelo Movimento Passe Livre.

"Nós não temos medo do povo na rua", disse ele à coluna de Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo. "Nós estamos aconselhando o nosso pessoal a se juntar a essa manifestação".

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Nas passeatas anteriores, participantes gritavam "sem partido, sem partido" e pediam que militantes baixassem as bandeiras de suas legendas.

Falcão diz acreditar que isso não ocorrerá hoje. "Uma coisa é um partido aparelhar o movimento. Outra é as pessoas se expressarem livremente, com símbolos anarquistas, do MST, do PT. Ninguém tem que proibir".

Ele afirma não temer que militantes sejam agredidos. "Num movimento de tal amplitude, tem de tudo. Os veículos de comunicação, por exemplo, foram hostilizados. Mas vamos lá dialogar". Falcão diz que isso já estava ocorrendo já que integrantes do PT participam ou são próximos do MPL.

"Não é uma gente estranha a nós. O [Antonio] Donato [secretário de Governo de Fernando Haddad] e o [vereador] José Américo já apanharam com eles [quando eram oposição]".