“Se o parlamentar busca o voto rural, não vai ter o voto do produtor rural. No dia em que protocolarmos o pedido de criação da CPI, repassamos a lista para todas as entidades do campo.”, Onyx Lorenzoni, deputado federal (DEM-RS)| Foto: Antonio Cruz/ABr

Ministro vai ao Senado debater repasses do MST

As ações do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) retornarão à pauta do Senado amanhã. O ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, deve comparecer a reunião da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária para debater com os senadores os repasses feitos pelo governo federal ao movimento.

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Deputados da oposição vão encaminhar às entidades ruralistas a lista dos parlamentares que assinaram o requerimento de criação da CPI do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) com o objetivo de constranger aqueles que se recusaram a defender a comissão. Em ano pré-eleitoral, DEM e PSDB querem mostrar aos ruralistas os nomes dos parlamentares que apoiaram a comissão – com direito a publicar na internet a lista daqueles que assinaram a CPI. "Se o parlamentar busca o voto rural, não vai ter o voto do produtor rural. No dia em que protocolarmos o pedido de criação da CPI, repassamos a lista para todas as entidades do campo", disse o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS).

No primeiro pedido de CPI do MST, que acabou arquivado, 42 parlamentares retiraram assinaturas do requerimento que pedia a criação da comissão – o que impediu a sua instalação. Para que seja criada, o requerimento precisa das assinaturas de pelo menos 171 deputados e 27 senadores. Como apenas 168 deputados mantiveram a adesão, o pedido de criação da CPI foi arquivado.

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A oposição acusa o governo de ter pressionado deputados da base aliada governista a retirar as assinaturas, ameaçando não liberar emendas parlamentares. Desta vez, a oposição diz que realiza uma "coleta seletiva" para evitar a debandada, por isso não procurou os 42 deputados e senadores que recuaram na primeira comissão.

"O parlamentar pode sobreviver sem emenda, mas não sem o voto nas suas bases eleitorais. Agora há um controle maior. Como houve a distribuição na internet da lista dos parlamentares que retiraram (as assinaturas), há um controle dos seus eleitores. Sabemos que o governo tem muita força, emendas e cargos têm um efeito fantástico", disse Onyx.

O deputado disse que vai tentar chegar às 185 assinaturas na Câmara antes de protocolar a CPI, numa espécie de "margem de segurança" para evitar a retirada. Das 172 assinaturas já coletadas até agora, 130 são de deputados da oposição – as demais são de parlamentares da base aliada governista.

Invasão

A oposição reconhece que a invasão de uma fazenda produtora de laranjas no interior de São Paulo, por integrantes do MST, ajudou na adesão de parlamentares à CPI. "Alguns parlamentares que se negaram a assinar o primeiro requerimento nos procuraram espontaneamente. Teremos uma linha de investigação de transferência de dinheiro público para entidades de fachada", afirmou.

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DEM e PSDB acusam o governo de repassar recursos públicos ao MST por meio de entidades cadastradas no Ministério do De­­senvolvimento Agrário – que seriam uma espécie de "laranjas" do movimento.

Governo

Em defesa do governo, o deputado Henrique Fontana (PT-RS) sinalizou a disposição da base aliada em trabalhar para a retirada de assinaturas por considerar que a oposição quer usar a CPI para fazer disputa política.

"O que a oposição quer é apostar no conflito. A oposição, ao invés de resolver o problema, pretende aprofundar o problema, ela aposta em mais conflito e em luta política", afirmou.

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