São Paulo (AE) PSDB e PFL trabalham hoje com dois cenários para as eleições de 2006, um deles considerando a candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, outro contando que ele não se candidatará. No cenário em que Lula é candidato, a estratégia é juntar forças de todos os aliados possíveis e tentar derrotá-lo no primeiro turno; se Lula não for candidato, depauperado pela continuada perda de substância eleitoral, cada um se sentirá livre para lançar seu candidato.
Os partidos de oposição consideram que a velocidade das perdas eleitorais de Lula é tão grande que, se não houver um fato superior que as reverta drasticamente, o presidente chegará às vésperas da eleição com condições precárias de disputa, o que poderia induzi-lo a desistir. Para tucanos e pefelistas interessa um Lula fraco, o que lhes daria um cenário previsível e quantificável, propício à vitória da oposição.
Mas se Lula desistir da disputa seja pelo constrangimento de enfrentar uma campanha condenada à derrota, seja pela conveniência de arranjar uma desculpa qualquer e se guardar para uma eleição futura nasce uma incógnita: que candidato o PT poderia lançar e que desempenho esse candidato pode alcançar?
Acordo
Para enfrentar Lula, está tudo pronto. A idéia é afunilar os acordos, reunir o maior número de partidos possível e partir para uma campanha plebiscitária, em que o candidato tucano será o anti-Lula, de forma a favorecer uma decisão no primeiro turno.
Um alto dirigente do PFL sustenta que essa probabilidade é bastante razoável. A pesquisa CNI/Ibope desta semana deu 37% ao prefeito José Serra (PSDB-SP) no primeiro turno, sem ele se declarar candidato. Ganhar 13 pontos porcentuais no transcorrer da campanha em que Lula está fraco não é difícil, alega.
Enquanto não chegar a hora de decidir, o PFL vai continuar falando em candidatura própria, o que brinda o segundo cenário (Lula não candidato).
Mas a decisão virá em março, mesma época em que o PSDB aponta qual dos dois pré-candidatos Serra ou o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) será ungido para disputar a Presidência.
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