A oposição decidiu adotar uma tática de guerrilha no Senado a fim de explorar as novas denúncias apresentadas contra o PT a poucos meses das eleições.

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Minoria, PSDB e DEM sabem que teriam dificuldades para criar uma CPI com o objetivo de investigar os supostos desvios de recursos da Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop) e de fundos de pensão de empresas estatais por petistas.

Assim, além de protocolar representações junto ao Ministério Público pedindo apurações e usar a tribuna do Senado para tentar amplificar as denúncias, a estratégia da oposição é tentar aprovar nas comissões permanentes da Casa requerimentos convidando responsáveis pelas denúncias, acusados ou pessoas lesadas.

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"Temos os instrumentos do plenário, da Internet e do Ministério Público, mas estamos limitados nos instrumentos que sempre foram de fiscalização", disse nesta terça-feira à Reuters o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM).

Para o líder no DEM, o senador José Agripino Maia (RN), a prioridade deve ser a realização de uma audiência com o promotor José Carlos Blat, que recentemente apontou o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, como responsável por suposto esquema de desvio de recursos da Bancoop para financiar campanhas eleitorais do partido.

"O promotor é o grande manancial de informações", comentou Agripino. "Criar CPI num ano como este e com a maioria do governo é totalmente inconsequente. Neste governo, CPI é um instrumento desrespeitado truculentamente."

O PT e Vaccari negam as irregularidades. Procurado, Blat informou por meio da assessoria de imprensa que não daria entrevista.

Outro foco da oposição é a divulgação de trechos de depoimento prestado em 2005 pelo corretor de valores Lúcio Bolonha Funaro, segundo quem o PT teria desviado recursos de fundos de pensão.

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Nesta terça, o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) apresentou requerimento aos integrantes da Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado pedindo a inclusão na pauta de um convite a Blat.

A votação ficou empatada e o presidente da comissão, senador Renato Casagrande (PSB-ES), da base aliada, votou contra. O requerimento deve ser apreciado novamente na semana que vem.

Na quarta, a oposição pretende ouvir na Comissão de Direitos Humanos do Senado cooperados da Bancoop que se sentem prejudicados pela administração da entidade. Alguns senadores do DEM e PSDB também tentarão levar o caso para a CPI das ONGs.

"Cochilo existe até em guarda noturno", disse Arthur Virgílio, apostando em um vacilo dos governistas.

Já os petistas prometem não baixar a guarda.

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"O pessoal do PT vai estar atento no Congresso, particularmente no Senado", assegurou o presidente da sigla, José Eduardo Dutra, revelando que o PT apresentará à Procuradoria Geral da República um pedido de apuração do vazamento das informações publicadas pela imprensa.

"Essas informações, se procedem, estão saindo de dentro do Ministério Público. São informações truncadas e parciais. As pessoas viram réus na mídia e não têm como se defender."