A bancada de oposição ao governo estadual na Assembleia Legislativa protocolou ação popular pedindo a anulação da licitação para a execução do Programa Tudo Aqui Paraná. A licitação está suspensa desde março, por determinação do governador Beto Richa (PSDB). O Tudo Aqui Paraná seria um espaço que ofertaria uma série de serviços públicos da esfera federal, estadual e municipal em único espaço.
A oposição questiona a licitação. O deputado petista Tadeu Veneri (PT) diz que o edital traz estudos técnicos com parâmetros equivocados em relação aos números de usuários beneficiados, não determina quais imóveis o governo cederia para a empresa vencedora da licitação e quais seriam de responsabilidade da contratada. Segundo Veneri, há dúvidas também em relação ao custo do projeto, orçado em R$ 2,9 bilhões. De acordo com o deputado, serviço semelhante, ofertado pelas ruas da cidadania em Curitiba, custam muito menos.
O secretário de Planejamento, Cassio Taniguchi, chegou a defender publicamente o programa em audiência pública realizada na Assembleia. Segundo ele, o valor de R$ 2,9 bilhões era um limite máximo: "Se não oferecer todos os serviços do contrato e com qualidade não recebe nada", disse. Para o secretário, a comparação com as ruas da cidadania não era possível, já que o Tudo Aqui ofereceria uma variedade maior de serviços. Segundo Taniguchi, seria possível pagar várias contas, retirar documentos e dar entrada em vários processos administrativos em poucos minutos.
Apesar da defesa do projeto, o Tudo Aqui acabou cancelado pelo governador e o edital de licitação foi para a análise do Tribunal de Contas (TC), que ainda não firmou posição sobre o caso.
O líder do governo, deputado Ademar Traiano (PSDB), minimizou o ato da oposição. "Eles [oposição] estão questionando desde o começo. Eles têm o direito de entrar com a ação, outra coisa é a Justiça aceitar."
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