R$ 71 mil foi o custo de hospedagem com a parada da comitiva brasileira em Lisboa.
A oposição vai pedir informações à Presidência da República sobre a parada técnica da presidente Dilma Rousseff em Lisboa, onde se hospedou em um hotel de luxo e jantou em um dos melhores restaurantes da capital portuguesa. A comitiva ocupou 45 quartos de dois dos hotéis mais caros de Lisboa, a um custo de R$ 71 mil.
Sem compromissos oficiais em Portugal, a presidente permaneceu por algumas horas em Lisboa na pausa da viagem entre Zurique (Suíça) e Havana (Cuba). Dilma participou do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, e seguiu para Havana, em Cuba, onde inaugura um porto erguido com investimento brasileiro.
Na capital portuguesa, a presidente se hospedou em uma suíte no hotel Ritz no sábado. O valor da diária é de R$ 26,2 mil. Uma parte da equipe ficou hospedada no Tívoli, outro hotel de luxo. Oficialmente, a explicação da Presidência para a parada é que o avião da Força Aérea Brasileira (FAB) não teria autonomia suficiente para a viagem entre e Suíça e Cuba, tendo de parar em Portugal para abastecer.
Líderes do PSDB afirmaram ontem que vão pedir que o Congresso solicite as informações sobre o voo para pedir o ressarcimento do dinheiro aos cofres públicos. "Se a presidente não tem compromissos oficiais em Lisboa, não tem como justificar esse turismo com dinheiro público. Há que se restituir os cofres públicos", disse o senador Alvaro Dias (PSDB-PR).
Líder do PSDB na Câmara, o deputado Carlos Sampaio (SP) afirmou que a viagem é um "disparate" no momento em que o Brasil enxuga gastos em meio à instabilidade econômica internacional. "É um total disparate, uma afronta aos brasileiros. Dilma quer se reeleger para continuar passeando com dinheiro público", atacou o tucano.
Para Sampaio, a presidente deveria ter se hospedado na Embaixada do Brasil em Portugal. "É fácil promover gastos como esse em Lisboa quando se tem para quem mandar a conta: para os brasileiros", disse. Para o tucano, "não dá para esperar coisa diferente" de um governo que mantém 39 ministérios e que tem "pouco respeito no uso do dinheiro público".
A presidente fez a viagem acompanhada pelos ministros Fernando Pimentel (Desenvolvimento) e Luiz Alberto Figueiredo (Relações Exteriores), além de Marco Aurélio Garcia, assessor especial da Presidência. Em Lisboa, ela teria aproveitado a parada para jantar em um tradicional restaurante na capital portuguesa. Em Cuba, a presidente participa ainda da 2.ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).
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