Brasília (AG) Quatro dos cinco deputados do PT acusados de quebra de decoro parlamentar caíram nas mãos de relatores da oposição, no sorteio que definiu, ontem, a condução dos 11 processos no Conselho de Ética nos próximos 90 dias. A única exceção foi o Professor Luizinho (PT-SP), que terá seu caso relatado por Pedro Canedo (PP-GO), da base aliada. Poderá ocorrer ainda esta semana o arquivamento do primeiro dos 11 processos: o de Pedro Henry (PP-MT), que tem contra si apenas a palavra de Roberto Jefferson. Seu caso será relatado pelo paulista Orlando Fantazzini, que trocou recentemente o PT pelo PSOL.
Após o sorteio dos relatores, Henry se apresentou à secretaria do conselho para ser notificado e presta depoimento hoje.
O deputado do PP sequer irá arrolar testemunhas de defesa. Fantazzini deverá julgar o caso improcedente até sexta-feira e encerrar o processo.
Entre os petistas cassáveis, a situação poderá ser mais difícil ainda para a o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP), que terá como relator o deputado Cézar Schirmer (PMDB-RS). O gaúcho é um duro oposicionista do PT, aliado de primeira hora do governo Fernando Henrique Cardoso e, há um mês, protagonizou uma discussão pesada com o líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP), numa reunião do Conselho de Ética.
Jairo Carneiro (PFL-BA), o rigoroso relator do processo que cassou o mandato de Roberto Jefferson (PTB-RJ), relatará agora o processo contra João Magno (PT-MG). O Mendes Thame (PSDB- SP) será o responsável pelo processo contra Josias Gomes (PT-BA). O neo-pefelista Edmar Moreira (MG) foi sorteado relator de José Mentor.
Apesar da opção de Izar pelo sorteio, para fugir das pressões e dos pedidos de conselheiros para relatar ou não determinados casos, o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) foi sorteado para o caso de Roberto Brant (PFL-MG), mas conseguiu trocar e vai investigar Vanderval Santos (PL-SP), contra quem não há denúncia consistente.
Ao pedir a troca ele alegou ser amigo do irmão de Brant, o compositor Fernando Brant.
Antes do início da reunião, o presidente Ricardo Izar voltou a criticar os deputados Paulo Rocha (PT-PR) e José Borba (PMDB- PR), que renunciaram ao mandato para preservar seus direitos políticos.
"Eles renunciaram porque sabiam que seriam cassados no Conselho de Ética", disse Izar.
Acusados e relatores
Deputado(a) acusado - Relator(a)
João Magno (PT-MG) - Jairo Carneiro (PFL-BA)
João Paulo Cunha (PT-SP) - Cézar Schirmer (PMDB-RS)
José Janene (PP-PR) - Angela Guadagnin (PT-SP)
José Mentor (PT-SP) - Edmar Moreira (PFL-MG)
Josias Gomes (PT-BA) - Antônio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP)
Pedro Corrêa (PP-PE) - Carlos Sampaio (PSDB-SP)
Pedro Henry (PP-MT) - Orlando Fantazzini (Psol-SP)
Professor Luizinho (PT-SP) - Pedro Canedo (PP-GO)
Roberto Brant (PFL-MG) - Nelson Trad (PMDB-MS)
Vadão Gomes (PP-SP) - Moroni Torgan (PFL-CE)
Wanderval Santos (PL-SP) - Chico Alencar (Psol- RJ)
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