A oposição ao prefeito Beto Richa (PSDB) aproveitou ontem as dúvidas sobre os gastos sem licitação da Urbs, levantadas pelo TC, para criticar o que seria a falta de transparência da empresa municipal. Os oposicionistas há muito tempo reclamam de não terem acesso a informações sobre os gastos dos recursos obtidos através da tarifa do transporte coletivo, que é gerenciado pela Urbs.

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A Urbs divulga as planilhas de gastos com transporte coletivo na internet, mas a oposição reclama que a tabela seria "incompreensível", o que dificultaria uma comprovação de que o preço da tarifa é justo. Segundo o líder do PT na Câmara Municipal, Pedro Paulo, não há como saber, por exemplo, se o gasto que está sendo investigado pelo TC (R$ 428,3 milhões) é grande ou pequeno porque não existiriam parâmetros para mensurar as despesas da Urbs.

"O próprio ex-presidente da Urbs, Paulo Schmidt, admitiu publicamente em 2007, que o órgão não tem controle sobre todos os custos apresentados pelas empresas – despesas que são usadas para calcular a tarifa", disse Pedro Paulo. Na mesma época, segundo o vereador, o ex-procurador jurídico da empresa, Sidney Martins, foi demitido por suspeita de desvio de dinheiro e denunciou que havia ordens para que verbas de ações trabalhistas e indenizações não passassem pelo caixa da Urbs. "É por isso que temos defendido há muito tempo que as contas (da Urbs) passem pela apreciação da Câmara", afirmou Pedro Paulo.

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O atual presidente da Urbs, Marcos Isfer, rechaçou as acusações do petista. "A Urbs não tem caixa-preta. É que são poucas as pessoas que vem aqui para saber como as coisas são feitas", disse Isfer. "Esse tipo de oportunismo nós dispensamos. Estamos sempre dispostos a prestar qualquer tipo de informação."