O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse que será criado um órgão público especial para centralizar os pregões eletrônicos de 26 hospitais universitários do país e adquirir todos os produtos e serviços que forem comuns a todos eles. A afirmação foi feita após Mercadante ser questionado sobre denúncia do programa "Fantástico", da TV Globo, que exibiu, no domingo (18), reportagem em que representantes de várias empresas aparecem oferecendo propina para conseguirem contratos com o hospital universitário da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Mercadante disse que a reportagem exibiu não apenas indícios, mas "provas irrefutáveis" de que funcionários de firmas que prestam serviços ao hospital estimulam a corrupção na administração pública para obterem benefícios na contratação.
"Vamos, junto com a Controladoria Geral da União, a Polícia Federal e o Ministério Público, tomar todas as medidas para que haja uma punição exemplar", afirmou.
O ministro lembrou que a presidente da República, Dilma Rousseff, já exigiu que todas as contratações, especialmente as emergenciais, sejam feitas através de pregão eletrônico. Segundo ele, o mesmo procedimento será exigido da administração indireta.
"No caso específico dos hospitais universitários, nós estamos implantando uma empresa que vai centralizar a gestão administrativa", disse. "Tudo aquilo que é comum aos 26 hospitais nós faremos de forma centralizada através de pregão eletrônico, que permite que todas as empresas interessadas participem com total transparência, e vence quem tiver o melhor preço", completou Mercadante.
Para o ministro, é preciso administrar com mais eficiência os recursos públicos da saúde, que são escassos. De acordo com ele, a reportagem mostrou que pode haver outros casos de empresários que tentam corromper servidores.
"Pelos diálogos (das pessoas gravadas na reportagem), a gente verifica que é uma prática que está se disseminando em outras repartições públicas, não só na área de saúde. Isso exige uma investigação muito profunda e novas práticas da administração pública. O pregão eletrônico, um planejamento rigoroso, e a criação de uma empresa nacional para gerir o sistema com escala e pregões nacionais, tudo isso vai contribuir para que possamos eliminar essas práticas tão nefastas à administração pública", disse.
Mercadante esteve em São Paulo nesta segunda-feira (19) para o lançamento da terceira edição da Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro e para um almoço com empresários.
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