Em mais uma tentativa de se manter no cargo, o ministro do Esporte, Orlando Silva, vai usar o programa do PCdoB que será exibido em rede nacional nesta quinta-feira, às 20h30m, para se defender das denúncias do suposto esquema de corrupção na sua pasta, denunciado pelo policial militar João Dias Ferreira. Quase metade do programa de dez minutos será usado para a defesa do ministro. O presidente do partido, Renato Rabelo, e o próprio Orlando falarão sobre as acusações de desvio de dinheiro público por meio de organizações não-governamentais. A inserção foi filmada durante esta semana e editada na madrugada de terça para quarta-feira.
Orlando Silva aparece nos últimos minutos do programa e insinua que as acusações foram motivadas pela insatisfação "de muita gente" em relação à importância que o Ministério do Esporte adquiriu depois de trazer a Copa e as Olimpíadas ao país.
"Quando o PCdoB assumiu o Ministério do Esporte, no governo Lula, as ações desse ministério não tinham a visibilidade nem a importância de hoje", afirma o ministro. "É claro que a importância que o ministério conquistou através do trabalho do PCdoB incomoda muita gente", completa.
Logo no início do programa, antes de qualquer menção ao partido, uma atriz vestida de vermelho defende o partido das denúncias usando os mesmos argumentos que o ministro em seus depoimentos: não há provas e o delator é um homem que já foi preso. João Dias passou cinco dias na cadeia sob acusação de desviar R$ 3,2 milhões do programa Segundo Tempo do ministério. A atriz diz que o PCdoB é o partido que mais cresce no Brasil e e não vai admitir que a sua história "seja manchada por supostas denúncias divulgadas na imprensa. Elas não passam de mentiras e calúnias de um cidadão processado pela Justiça".
Rabelo defende que o partido nunca se envolveu em escândalos e sustenta mais uma vez que as denúncias são mentirosas.
"Nunca nos intimidamos diante de qualquer luta. Já enfrentamos ditaduras, delatores e provocadores. Sempre resistimos! Não vai ser agora que vamos nos intimidar diante daqueles que querem manchar a nossa história", afirma o presidente do partido no vídeo.
O ministro fecha o programa lembrando que já tomou as medidas necessárias para apurar as denúncias e que vai "até as últimas consequências para defender a honra e os 90 anos de história" do partido.
"Nosso partido é um partido de luta e não vamos recuar", concluiu.
O programa mostra ainda a deputada federal Manuela D'Ávila (RS) e o vereador Netinho de Paula (SP), entre outros membros da legenda.
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