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| Foto: Wenderson Araújo/Gazeta do Povo

Expectativa

Novo cenário muda estratégias de DEM e PP

A possível desistência de Osmar Dias movimenta novas estratégias para a formação de alianças. Na Assembleia Legislativa cresce o comentário de que o deputado estadual Augustinho Zuchi (PDT) pode ser encaixado como vice na chapa de Beto Richa (PSDB). Também há novas expectativas sobre as indicações para o Senado, que envolvem o DEM e o PP.

De acordo com o presidente estadual do DEM, Abelardo Lupion, Osmar pode até desistir da candidatura ao governo, mas será o fiel da balança em uma provável disputa polarizada entre Beto e Orlando Pessuti. A mudança de planos prejudica o próprio Lupion, que é pré-candidato a senador.

O deputado federal Dilceu Sperafico confirmou ontem que o PP está muito próximo de fechar a aliança com o PSDB. O acordo incluiria a coligação entre as duas legendas nas eleições proporcionais e a indicação de Ricardo Barros ao Senado. "Estamos esperando para ver se conseguimos trazer o Osmar para essa chapa", disse Sperafico. Segundo ele, o anúncio oficial deve ser formalizado na próxima segunda-feira. (AG)

Brasília - Dificuldades "logísticas" e "partidárias" atrapalham a pré-campanha para o governo do estado do senador Osmar Dias (PDT). Ao mesmo tempo em que desmentiu a desistência, ele admitiu ontem que os dois problemas prejudicam a candidatura. Até agora, o pedetista não conseguiu formalizar nenhuma aliança com algum partido grande.

"Quando disputaram a eleição contra mim, PT e PMDB se uniram. Agora que seria para me apoiar estão separados", disse. Sem acordo com pelo menos um dos dois principais partidos da base aliada ao governo Lula, a situação de Osmar fica cada vez mais fragilizada.

"Para fazer uma campanha preciso ter uma estrutura partidária e uma estrutura logística. Estou com dificuldade para formar as duas." Sozinho, o PDT tem direito a apenas 1 minuto e 29 segundos diários de propaganda eleitoral, contra 4 minutos e 10 segundos do PSDB, do ex-prefeito de Curitiba e principal adversário na disputa pelo Palácio Iguaçu, Beto Richa.

O PMDB do governador e também pré-candidato Orlando Pessuti tem a maior fatia, 5 minutos e 50 segundos, seguido pelo PT, com 5 minutos e 23 segundos. Por enquanto, Osmar só tem negociações que considera "firmes" com o PR, PSC e o PCdoB, que juntos não chegam a 2 minutos. "O problema é declarar e está tudo certo num dia e no outro o dirigente do partido vai lá e muda tudo."

A indecisão refere-se a partidos como o PP, presidido no estado pelo deputado federal Ricardo Barros. Pré-candidato ao Senado, Barros chegou a articular uma aliança entre os partidos da base governista até o final do ano passado, mas desistiu. A tendência é que o PP anuncie o apoio a Beto Richa nos próximos dias.

"Continuo como candidato [a governador] e continuo buscando uma aliança. Eu tinha uma aliança até 2008, mas parece que o PDT é o único partido que continua nela", criticou Osmar. Hoje ele conversa com o presidente estadual do PPS, Rubens Bueno, um dos responsáveis pelo antigo grupo de legendas citado pelo senador.

Críticas a Dilma

Após desistir das negociações com o PT, no mês passado, Osmar admitiu que tem sido mais assediado pelo PSDB. Ele confirmou que foi convidado pelo pré-candidato tucano a presidente, José Serra, para disputar a reeleição ao Senado na chapa de Beto Richa e que negou a proposta. "Eu só penso em uma opção [ser candidato a governador] porque se pensar em outra desmobilizo todos os meus companheiros."

Osmar não declarou qual é o presidenciável de sua preferência, Serra ou Dilma Rousseff (PT), mas criticou a petista. "Eu acho que um candidato tem que respeitar a Constituição. Há pouco tempo a Dilma se negou a assinar um manifesto em defesa da propriedade privada e acho que ela vai precisar rever essa posição."

Por outro lado, disse que é amigo de Serra há muito tempo, mas que preferia não ser precipitado ao declarar qual deles é o melhor candidato. "Tenho que esperar um pouco mais para responder essa pergunta. Por enquanto, só posso dizer que conheço muito o Serra e muito pouco a Dilma."

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