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 | Waldemir Barreto/Agência Senado
| Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

Brasília - O senador Osmar Dias pode arrastar a dúvida entre concorrer à reeleição ou ao governo do Paraná até o dia 30 de junho, quando deve ser realizada a convenção estadual do PDT. A data é a última dentro do prazo estipulado pela Justiça Eleitoral para as convenções partidárias. "Posso anunciar logo, como posso esperar mais um pouco", disse ontem.

A opção de Osmar interfere no futuro dos dez maiores partidos em número de filiados no estado – pela ordem, PMDB, PP, PSDB, PDT, PT, PTB, DEM, PR, PSC e PPS. Qualquer decisão ainda depende de uma série de negociações políticas. Se concorrer ao Palácio Iguaçu, ele ainda precisa articular uma aliança.

Por enquanto, o pedetista teria o apoio de PT, PR e PSC. Osmar acha pouco. "Quando negociei com o presidente Lula, o acordo era juntar todos os partidos da base que o apoia em Brasília. Até agora não houve nenhum acerto. Assim fica difícil."

Ontem ele evitou uma nova conversa com o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que negocia por parte do PT. "Para que eu iria conversar com ele? Para ouvir a mesma conversa da semana passada?"

Do outro lado, Osmar também adia a resposta ao PSDB, que propôs na semana passada que ele seja candidato ao Senado na chapa que tem o ex-prefeito Beto Richa para governador. Há dúvidas sobre a viabilidade legal da aliança, já que o PDT irá apoiar Dilma Rousseff (PT) contra José Serra (PSDB) na eleição presidencial. Ou seja, o partido pode cobrar fidelidade de Osmar.

A questão será discutida hoje em um encontro entre o senador e o presidente licenciado do PDT, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi. O ministro já teria se comprometido a liberar Osmar, mas há dúvidas sobre a interpretação da fidelidade partidária estabelecida pelo Supremo Tribunal Federal em 2007. O temor é que o PDT possa questionar um possível apoio de Osmar a Serra e até pedir a cassação do seu registro de candidatura.

O senador, porém, nega que já tenha tomado qualquer decisão. Ele também disse que não se sentiu pressionado pela aliança firmada na segunda-feira entre PP e PSDB e que definiu o deputado federal Ricardo Barros (PP) como um dos candidatos a senador da chapa. "É algo que não me diz respeito."

Tucanos

A união ainda provoca reações entre os tucanos. Dois pré-candidatos ao Senado pelo partido, Flávio Arns e Gustavo Fruet, tentam buscar apoio junto ao presidente nacional da legenda, senador Sérgio Guerra (PE), para desfazer a negociação. "Uma coisa é abrirmos espaço na chapa para o Osmar, que sempre esteve conosco nas últimas eleições, outra é para o PP, com o qual quase não há afinidades", disse Arns.

Barros considerou que as reações foram naturais. "Era algo matemático, mas essa não é uma questão do PP. Em uma aliança, todos têm de ceder um pouco ou ficam como o PT que quer ficar com tudo", disse o deputado, que foi vice-líder do governo Lula na Câmara entre 2003 e 2009.

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