O ex-senador paranaense e atual vice-presidente de Agronegócios do Banco do Brasil, Osmar Dias (PDT), reapareceu em público neste sábado (3) e com um discurso político afiado. Durante o lançamento do Plano Safra em Toledo, no Oeste, Osmar não poupou palavras para criticar o governador Beto Richa (PSDB) e em tom de campanha afirmou que durante três anos ficou calado, mas agora decidiu falar. "Permaneci três anos calado, mas agora vou abrir a cartilha e falar".
A cartilha, na verdade, foi um conjunto de frases disparadas contra o governador. Dias lembrou que seu último ato como senador livrou o Paraná da inadimplência com a União e reduziu em R$ 1 bilhão a dívida que o estado possuía por conta do processo de privatização do Banestado. Para ele, esse último ato como senador teve um impacto maior para o Paraná do que a maioria das ações do atual governo.
Promessas da campanha passada feitas por Richa e que não estariam sendo cumpridas também foram alvo das críticas de Osmar Dias. Ele ainda criticou o uso que o governador faz do helicóptero oficial do estado.
A ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, que também participou da solenidade, preferiu não falar sobre política. O ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, também participou do ato que aconteceu no Centro de Exposições Rafael Sperafico, em Toledo.
Silêncio e bastidores
O ex-senador e candidato derrotado por Richa no segundo turno da eleição de 2010 vinha mantendo silêncio sobre questões políticas. Osmar não escondeu que saiu magoado da eleição pela suposta falta de apoio de alguns aliados na época da derrota e evitava comentários sobre a política no estado, mesmo quando instigado a falar.
Desde a metade de junho, logo após as manifestações de ruas em todo o país, o nome de Osmar voltou a ser lembrado como um possível candidato do grupo de oposição a Richa na eleição de 2014.
A ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, é apontada como pré-candidata do PT para o Palácio Iguaçu, mas nos bastidores comenta-se que o nome dela pode perder força com a queda de popularidade do governo Dilma.