Brasília - O senador e pré-candidato a governador do Paraná, Osmar Dias (PDT), pretende discutir com o presidente Lula o desfecho das negociações sobre a aliança com o PT na eleição para o governo do estado, mas ainda não há data definida de quando esse encontro ocorrerá. As conversas que começaram há um ano foram suspensas oficialmente ontem. Os petistas anunciaram que estão em busca de um nome para lançar candidatura própria os cotados são o ex-prefeito de Londrina, Nedson Michelleti, e a ex-secretária estadual de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Lygia Pupatto.
"Fiz ao PT uma proposta republicana, civilizada e política. Quero uma resposta na mesma linha e não uma discussão de boteco", disse Osmar. Ele criticou a postura do deputado federal André Vargas e do presidente do PT no Paraná, Ênio Verri, que atacaram ontem os pedidos do senador para que a aliança seja expandida a todos os partidos da base aliada do governo federal e que Gleisi Hoffmann seja candidata a vice-governadora.
"Em abril do ano passado, eu comecei um movimento pelo Paraná que contava com o apoio de cinco partidos [PP, PR PSC, DEM e o PPS]. De repente, ele foi diminuindo. O motivo era que os partidos que têm candidato ao Senado não queriam uma aliança com o PT, que já tinha lançado a Gleisi", afirmou o pedetista.
No dia 31 de março, Osmar reuniu-se em Brasília com Lula e lideranças do PT e do PDT. Segundo ele, a proposta inicial foi repetida na ocasião. O acordo sairia de uma reunião marcada para a última terça-feira com o presidente do partido José Eduardo Dutra. O encontro foi cancelado porque o PT não teria admitido os pedidos. Ontem, Verri afirmou que o partido nunca colocou a candidatura de Gleisi ao Senado em discussão.
Apesar da crise, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse que o partido deve evitar o confronto com o PDT. "Temos de tomar o cuidado de não transformarmos uma tentativa de aliança em briga", declarou. Segundo ele, mesmo que PT e PDT tenham candidatos próprios a governador, ambos não podem se esquecer de que fazem parte da base do governo federal.
Um dos maiores interessados no rompimento entre PDT e PT, o governador Orlando Pessuti, pré-candidato do PMDB ao Palácio Iguaçu, afirmou que já esperava esse estremecimento entre os dois partidos. Segundo ele, a aliança mais natural para os petistas seria com o PMDB, uma vez que as legendas sempre estiveram juntas no governo federal e estadual. "Espero que o PT possa rever sua posição e nos apoiar, seja lançando o candidato a vice ou um nome ao Senado", declarou.
Colaborou: Euclides Lucas Garcia.
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