Osmar Serraglio será o novo ministro da Justiça| Foto: Wenderson Araujo/Gazeta do Povo

O deputado paranaense Osmar Serraglio (PMDB) é o novo ministro da Justiça do governo de Michel Temer. O peemedebista foi escolhido pelo presidente nesta quinta-feira (23). As informações são da colunista do jornal O Estado de S. Paulo, Eliane Cantanhêde.

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Serraglio era uma das apostas da bancada do PMDB na Câmara para o cargo. A escolha de um integrante do próprio partido também ajuda a balancear a equação da divisão de cargos no governo, já que o PMDB vinha reivindicando mais espaço em postos-chave.

Temer oficializa nome de Osmar Serraglio para o Ministério da Justiça

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A indicação de Serraglio foi uma escolha política. Diferentemente de Carlos Velloso e Antonio Cláudio Mariz de Oliveira, que eram as opções preferenciais para a pasta, o peemedebista não é um jurista renomado. Com dificuldade para encontrar um nome de peso que aceitasse a tarefa, o presidente Temer acabou optando por agradar parte de sua base de sustentação.

Serraglio defende o fim do sigilo das delações da Lava Jato

O deputado paranaense é a favor da quebra do sigilo de delações premiadas no âmbito da Operação Lava Jato. Em entrevista ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, no início do mês, ele afirmou que a abertura do sigilo facilita as investigações.

“Tem que abrir o sigilo. Quando você abre as janelas da colaboração, facilita a investigação”, afirmou Serraglio. A declaração foi dada ao comentar a escolha do ministro Edson Fachin como substituto do ex-ministro Teori Zavascki na relatoria dos processos da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). Teori morreu no último dia 19 de janeiro em acidente aéreo em Paraty, litoral do Rio de Janeiro.

Na ocasião, Serraglio disse não ver nenhum risco para a Lava Jato após a morte de Teori e elogiou a escolha de Fachin para a relatoria. “Ninguém segura a Lava Jato”, disse o deputado, que foi relator da CPI dos Correios na Câmara, que investigou a compra de apoio de parlamentares ao governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Serraglio: da CCJ para o ministério

Seraglio vinha ganhando mais espaço no governo, principalmente dentro da Câmara. No ano passado, ele disputou e ganhou o comando do principal colegiado permanente da Câmara dos Deputados, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde permaneceu até o dia 31 de dezembro. Serraglio chegou ao comando da CCJ por indicação do então presidente da Casa, o hoje deputado cassado e preso pela Lava Jato Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

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Neste ano, o deputado paranaense chegou a tentar a vice-presidência da Câmara, com apoio da bancada ruralista e de colegas da CCJ, mas o cargo acabou ficando com Fábio Ramalho (PMDB-MG). Preterido, Serraglio demonstrou irritação após a derrota, alegando que Fabinho, como é chamado o parlamentar de Minas Gerais, teria obtido mais votos graças às comilanças semanais que oferece aos parlamentares.

Ex-aluno de Temer e fama de relator equilibrado

Serraglio preferia não se manifestar à imprensa sobre a possibilidade de ter o currículo analisado pelo presidente Temer, com quem tem uma boa relação. O novo ministro foi aluno de Michel Temer durante o curso de mestrado que fez em São Paulo, na década de 80. À frente da CCJ em 2016, Serraglio se manteve fiel ao chefe do Executivo, garantindo, por exemplo, a admissibilidade do texto da Reforma da Previdência ainda no final do ano passado.

Serraglio também é lembrado pela CPMI dos Correios, onde ficou com a fama de um relator equilibrado. Em seu quinto mandato como deputado federal, sempre pelo PMDB, Serraglio já havia ocupado um cargo importante na Mesa Diretora, o de primeiro-secretário, responsável pela administração da Casa. Sua vitória para a cadeira, no ano de 2007, foi atribuída ao trabalho do parlamentar nas investigações do Mensalão.

Quem é Serraglio

Osmar Serraglio tem 68 anos e é natural de Erechim, no Rio Grande do Sul, mas vive há anos no Paraná. Ele fez a graduação em Direito em Curitiba e tem mestrado na área pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). No curso, feito entre 1984 e 1986, foi aluno do presidente Michel Temer e colega de Fachin.

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