Em uma segunda rodada de reunião com governadores em dois dias, a presidente Dilma Rousseff escalou o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), e o vice-líder do governo na Câmara Sílvio Costa (PTdoB-PE) para anunciar que o governo reverteu a tendência pró-impeachment e agora conta com todos os votos de que precisa para barrar o impeachment, com margem. Segundo Costa, que mostrou um papel dobradinho dentro do bolso com uma tabela de votos, todos os placares já divulgados estão errados. Dino afirmou que, até domingo, o governo terá de 20 a 30 votos revertidos a seu favor.
VOTO A VOTO: Veja como está o placar do impeachment
Encontraram com Dilma também os governadores do Amapá, Waldez Góes (PDT); da Paraíba, Ricardo Coutinho (PB); do Ceará, Camilo Santana (PT) e da Bahia, Rui Costa (PT). Todos eles trouxeram consigo para falar com Dilma deputados de seus estados. O governo acha que, com o reforço dos governadores, Dilma volta a respirar.
“O clima melhorou muito nos últimos dias. Há um entendimento claro, muito nítido, de que a suposta avalanche que havia na direção de apoio ao impeachment não se verificou. Ao contrário, nós temos uma tendência de reversão de expectativa nesse momento”, declarou Flávio Dino.
“Nós já ultrapassamos o número de votos de 172, estado por estado. E temos ainda uma coluna que a gente chama “a trabalhar”. Temos 36 votos a trabalhar. Estamos bem acima da margem de erro. Hoje detectamos um desespero grande na oposição”, emendou Sílvio Costa depois dele, sem querer especificar o número exato que o governo acredita já contar: “Gramaticalmente, mais é mais”.
Por meio de sua assessoria, o ministro-chefe do Gabinete Pessoal de Dilma, Jaques Wagner, apostou: “Hoje [sexta-feira. 15] o governo voltou a contar com 200 votos contra o impeachment.
Desde quinta-feira (14), a presidente tem arregimentado os governadores para atuar junto às bancadas estaduais para conversar com cada deputado na tentativa de reverter votos já declarados a favor do impeachment e convencer os indecisos a apoiar Dilma.
Segundo Dino, no Amapá e no Maranhão de seis a sete votos a favor do impeachment foram revertidos em votos contra. Segundo o Planalto, a bancada da Bahia veio com 19 representantes, todos declararam voto contra o impeachment. Entre os deputados baianos, auxiliares de Dilma contabilizam contar com 24, dos 39.
Uma reversão simbólica que o governo comemora é a de Waldir Maranhão (PP-MA), aliado do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que já havia declarado voto pelo impeachment, mas hoje esteve no Planalto para dizer a Dilma que votará contra.
Dino afirmou que, se o impeachment for aprovado, a população só terá “solução para seus problemas” a partir de 2017, com a “paralisação completa” do Brasil.
“Há uma ilusão de que se eventualmente o impeachment fosse autorizado no domingo, na segunda-feira nós teríamos condições melhores de governabilidade. Ao contrário, nós acreditamos que haveria uma situação muito grave, de uma dualidade de poderes, porque nós teríamos o governo da presidenta Dilma de um lado, por pelo menos mais 30 dias, e de outro um hipotético futuro governo. Depois nós teríamos ainda um longo processo de tramitação no Senado, de quatro, cinco, seis meses em que o Senado passa a ser presidido pelo Supremo Tribunal Federal”, declarou o comunista.
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