O empresário de transportes de Santo André (SP) Antônio Setti Braga afirmou à CPI dos Bingos nesta terça-feira que a empresa dele, a Nova Santo André, era obrigada a pagar quantias mensais à prefeitura do município. Segundo ele, o sistema de transportes era obrigado a pagar R$ 100 mil para a prefeitura e a quantia paga era proporcional ao número de ônibus da empresa e o valor da tarifa cobrada.
Em novembro de 2005, em depoimento à CPI dos Bingos, a empresária Rosângela Gabrilli, uma das proprietárias da Expresso Guarará, empresa de transporte coletivo com sede em Santo André, contou história similar. A irmã dela, Mara Gabrilli, secretária especial da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida da Prefeitura de São Paulo, também esteve na CPI, em dezembro, e confirmou a história do pagamento de propinas para a prefeitura de Santo André.
Setti disse que a empresa dele era responsável por 50% do transporte de Santo André, contribuindo com R$ 50 mil por mês. Ele disse que a propina foi paga desde a criação da empresa em 1997 e que, quando saiu da empresa, em 2000, o valor ainda era pago. A CPI estimou que todas as empresas de transportes de Santo André tenham pago até R$ 3,3 milhões à prefeitura no período.
O empresário afirmou que o dinheiro, na Nova Santo André, era arrecadado por Ronan Maria Pinto, um dos sócios da empresa e, na prefeitura, o assunto era tratado com o secretário da prefeitura na época do prefeito Celso Daniel, Klinger de Oliveira Souza.
- O Ronan me comunicou que ia pagar essa quantia para a gente poder trabalhar sossegado - afirmou.
Setti disse que, quando começou a questionar a cobrança, o ex-secretário da prefeitura passou a retaliar a empresa. Segundo o empresário, Klinger criou um decreto municipal que cortou 50% dos ônibus que da empresa de Setti que fazia a ligação de São Bernardo para Santo André.
- A empresa roda até hoje por conta de mandado de segurança - disse.
Julgamento do Marco Civil da Internet e PL da IA colocam inovação em tecnologia em risco
Militares acusados de suposto golpe se movem no STF para tentar escapar de Moraes e da PF
Uma inelegibilidade bastante desproporcional
Quando a nostalgia vence a lacração: a volta do “pele-vermelha” à liga do futebol americano