Em depoimento na CPI do Apagão Aéreo da Câmara, a ouvidora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Alayde Avelar Sant'Anna, disse que o clima nas reuniões da agência durante a crise aérea era tenso, que faltava organização ao grupo e que já foi humilhada. Ela disse ainda que muitas vezes não conseguiu defender os interesses dos usuários nas reuniões.
- Durante a crise, o clima nas reuniões era muito tenso. Eram todos correndo para apagar incêndio. A tensão era com o nível de cobrança. Alguns de nós fomos humilhados - afirmou.
Alayde disse que não havia dinâmica de rotina nas reuniões, que não sabia a quem se dirigir e que várias vezes foi atropelada pela diretoria.
- Diziam para mim que se tratava de uma reunião de diretoria e que eu só teria direito de falar se algum diretor permitisse. Não consegui fazer valer os direitos dos usuários da aviação civil - afirmou.
No entendimento da ouvidora, a forma de diretoria colegiada adotada pela agência é ilegal, além de não ser eficiente. Para ela, o problema mais grave da diretoria é de administração burocrática e gerencial. Alayde disse ainda que, em sua interpretação, a instrução normativa incluída no processo judicial que ajudou a liberar a pista principal do Aeroporto de Congonhas, antes do acidente com o aviação da TAM, estava em vigor, ao contrário do que alegaram os diretores da Anac.
- Se estava no site da Anac, é porque tinha validade, estava em vigor - afirmou.
A ouvidora criticou ainda o uso de passes livres dados pelas empresas por diretores da agência.
- Nunca vi isso. O órgão fiscalizador receber benesses do órgão fiscalizado. Chegaram a me oferecer, mas eu não aceitei. Disseram que isso acontecia desde o período do DAC (Departamento de Aviação Civil) - afirmou.
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