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Pacotão de R$ 2 bilhões

Plenário da Assembleia: pacote de benefícios para servidores públicos foi aprovado no penúltimo dia de sessões | Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
Plenário da Assembleia: pacote de benefícios para servidores públicos foi aprovado no penúltimo dia de sessões (Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo)
Pacote de fim de ano |

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Pacote de fim de ano

O Congresso Nacional e a Assembleia Legislativa do Paraná usaram a mesma estratégia: nos momentos finais do ano legislativo, aprovaram uma série de reajustes salariais. No total, o pacote de benesses pode levar a uma soma de R$ 2 bilhões a partir de 2013 – quando todos os efeitos forem aplicados – que sairão do bolso dos contribuintes. Na Câmara, a aprovação de um regime de urgência deu início à votação do aumento de salário dos próprios parlamentares. Logo a seguir, o reajuste foi aprovado também pelos senadores. Com isso, os integrantes das duas Casas passarão a receber R$ 26,7 mil por mês a partir de 2011. O efeito cascata levará os salários dos deputados estaduais a subirem já no ano que vem. E os dos vereadores poderão ser elevados na mesma proporção daqui a dois anos. Se todos aderirem ao reajuste, o gasto anual ficará em R$ 1,965 bilhão. No Paraná, os reajustes aprovados na Assembleia beneficiaram servidores do Judiciário, do Ministério Público, do Executivo e do próprio Legislativo, totalizando R$ 123 milhões. Só o aumento do salário dos secretários de Estado custará R$ 2,4 milhões ao ano. O auxílio-alimentação para os funcionários da Justiça elevará os gastos em mais R$ 20,1 milhões ao ano. O maior gasto aprovado no Paraná será para repor perdas de servidores da Assembleia com a chegada do Plano Real, em 1994. O custo pode chegar a R$ 74 milhões.* * * * * *Assembleia aprova gastos extras de R$ 123 mi para 2011Secretários de Estado, servidores do Judiciário e da própria Casa estão entre os beneficiados por projetos votados ontemO pacote de fim de ano aprovado ontem pela Assembleia Le­­gis­­la­­­tiva, no penúltimo dia de sessões de 2010, autorizou uma série de au­­­­­­mentos salariais e benesses para funcionários do Judiciário e do Executivo paranaense. Os custos vão onerar em aproximadamente R$ 123 mi­­­lhões os cofres do estado no ano que vem.O valor do impacto financeiro no erário pode ser ainda maior se a indenização aos funcionários da Assembleia, pela mudança de moeda em 1994, chegar ao valor máximo previsto: R$ 74 milhões. E também se a reestruturação dos planos de carreiras e cargos dos servidores do Poder Judiciário implicar reajuste imediato no orçamento do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ), o que não está claro no projeto.

Por outro lado, matérias de interesse da sociedade e marcadas por forte clamor popular pela aprovação na Casa ficaram para o ano que vem. Entre elas o projeto que cria a Defensoria Pública no Paraná e o que institui a Política Estadual de Fomento à Economia Solidária. A justificativa para não votá-los é de que "é preciso cautela" em relação ao orçamento do estado para o ano que vem.

Benefícios

A lista de propostas aprovados pelos deputados estaduais em plenário inclui mais de uma dezena de projetos que vão beneficiar os secretários de Estado, desembargadores, juízes e promotores.

O reajuste dos secretários, por exemplo, que fixa o salário deles em 70% do que ganha o governador, trará gastos de R$ 2,4 milhões em 2011. Atualmente um secretário recebe R$ 13,9 mil por mês. Os futuros secretários do governador eleito, Beto Richa (PSDB), irão receber R$ 5 mil mensais a mais por conta do aumento concedido ontem pela As­­sembleia. Na semana passada, os deputados já haviam aprovado reajuste salarial de 13,72% aos funcionários do Tribunal de Contas do Estado (TC) e da própria Assembleia.

Dos projetos aprovados ontem pelos deputados, os que envolvem o maior impacto aos cofres do Paraná tratam do Tribunal de Justiça. Quatro das seis propostas do Judiciário em tramitação na Assembleia custarão R$ 50 mi­­lhões ao estado em 2011 – as outras duas não trazem a previsão de gastos no texto da medida. A mais cara delas, que foi aprovada ontem em primeira discussão, institui um auxílio-alimentação de R$ 300 mensais aos servidores do TJ. No total, a medida custará R$ 20,1 milhões no ano que vem.

Outra proposta envolvendo o Judiciário estabelece que os juízes de entrância final (de comarcas importantes, como Curitiba e Londrina) recebam 95% do subsídio de um desembargador, que é de R$ 24,1 mil. O reajuste salarial aos juízes em questão, que passarão a receber R$ 22,9 mil, custará R$ 18,5 milhões em 2011.

Ministério Público

Dentre os projetos envolvendo o Ministério Público, o única que trará impacto financeiro é o que estabelece a diferença porcentual dos vencimentos entre os vários degraus da carreira de um promotor. A diferença entre os níveis (entrân­­­cias) cairá de 10% para 5%. O MP-PR afirma que esse porcentual está previsto na Constituição Estadual desde 1989, mas até hoje não havia sido implantado. O acréscimo de custo mensal da medida representará 5,3% da folha de pagamento de pessoal, cerca de R$ 1,5 milhão por mês.

Aumento das custas de cartório passa em plenário

Em meio a muita polêmica, os deputados estaduais aprovaram ontem, em primeira discussão, o projeto de lei do Tribunal de Justiça (TJ) que reajusta as custas dos cartórios judiciais e extrajudiciais no estado. Hoje, na última sessão de 2010, a proposta deve ser votada em segunda discussão. Alguns parlamentares já adiantaram que apresentarão emendas, fazendo com que a medida precise voltar às comissões da Casa e só seja votada em plenário no ano que vem.

Em tramitação na Assembleia desde dezembro de 2007, o projeto prevê reajuste de 34% para o Valor de Referência de Custas (VRC), que passaria a ser de R$ 0,141. O reconhecimento de firma, por exemplo, que tem VRC de 21,73, passaria dos atuais R$ 2,28 para R$ 3,06. Os deputados estão longe de chegar a um consenso sobre a medida. Parlamentares argumentam que o aumento é abusivo e dificultaria ainda mais o acesso à Justiça, mas há quem defenda que a proposta faz jus ao serviço prestado pelas serventias, recuperando uma defasagem de oito anos.

O TJ está há vários meses elaborando uma outra proposta, que estabelece a reorganização dos cartórios paranaenses. A proposta só será enviada à Casa após a votação da primeira.

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