Em uma palestra a gestores da Caixa Econômica Federal realizada na quinta-feira (9), o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou que a nomeação do ministro Ricardo Barros (PP) para o comando do Ministério da Saúde tinha o objetivo de garantir os votos da bancada do Partido Progressista em favor do governo de Michel Temer (PMDB). A informação foi revelada pelo jornal O Estado de S. Paulo nesta terça-feira (14).
No discurso, Padilha afirmou que depois de Temer assumir a presidência, o governo estava sendo pressionado para compor um ministério de “notáveis”. Para tentar conciliar essa pressão com o espaço político pretendido pelos partidos, o governo ofereceu o Ministério da Saúde ao PP, pedindo que o partido respeitasse o critério de nomear alguém “que fosse distinguido em sua profissão em todo o Brasil”.
“Nós fomos conversar com o PP: ‘olha, o Ministério da Saúde é de vocês, mas nós gostaríamos de ter um ministro da Saúde notável’. Depois, eles mandaram o recado por mim: ‘diz para o presidente [Michel Temer] que o nosso notável é o deputado Ricardo Barros”, contou o ministro em um tom que despertou risos na plateia.
Padilha continuou o relato afirmando que na sequência conversou com o presidente Temer e disse que o governo estaria sem alternativa, já que o objetivo do Planalto era compor uma base aliada com 88% dos deputados.
O ministro-chefe da Casa Civil disse que em nova conversa com o PP, perguntou se o partido garantiria a favor do Planato todos os votos da bancada em todas as votações no Legislativo. Ao receber a resposta positiva, decidiu-se o nome que ocuparia o Ministério da Saúde. “Então, o Ricardo será o notável”, disse Padilha aos representantes do Partido Progressista.
A reportagem entrou em contato com a assessoria de Ricardo Barros, mas até o momento não obteve um posicionamento do ministro. Nesta terça-feira (14), Barros está em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, onde cumpre agenda oficial.
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