Padre Júlio Lancelotti nega ter dado dinheiro de entidades a bandidos

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Uma passeata seguida de um ato em solidariedade ao padre Júlio Lancelotti reuniram cerca de 200 pessoas em frente à casa do Coordenador da Pastoral de Rua na zona leste de São Paulo nesta sexta-feira. O padre, que denunciou em agosto para a polícia o ex-interno da Febem Anderson Batista por extorsão, se defendeu das acusações de que teria usado recursos de entidades assistenciais para pagar o criminoso.

A polícia investiga as ligações de Anderson com traficantes. Existe a suspeita de que o dinheiro usado por Anderson e sua mulher Conceição Eletério tenha vindo da venda de drogas.

O sacerdote disse que nunca teve acesso aos recursos das entidades assistenciais que representava. Frisou que foi ele próprio quem procurou a polícia e passou a gravar as conversas com o ex-interno e seus amigos. Disse que isso demonstra que ele não temia o conteúdo do que seria dito nos diálogos. Lancelotti também se defendeu das acusações de molestar menores.

- Se eu tivesse um relacionamento com Anderson Batista por que eu gravaria nossas conversas para apresentar à polícia? Ele poderia a qualquer momento dizer "e o nosso caso, hein? Você agora esqueceu?" - disse

O padre se emocionou com o ato realizado em frente a sua residência. Recebeu painéis com mensagens de solidariedade e rezou uma Ave Maria ao final do ato. A mãe do padre, Dona Vilma, de 84 anos de idade, acompanhou todo o ato ao lado do padre e disse que não tem medo de injúrias nem de sair à rua, porque as injúrias que vierem são mais uma provação para ela.

O padre Julio Lancelotti disse que irá celebrar uma missa nesta sexta-feira, mas não falou o horário nem o local desta missa de Finados. Estava visivelmente abatido, mais magro e com barba por fazer. Se emocionou em diversos momentos do ato em sua homenagem e ouviu as palavras de apoio de diversas pessoas da comunidade. Moradores de rua que foram ajudados por ele compareceram ao ato e testemunharam aos demais presentes que foram auxiliados pelo padre. Dona Vilma, mãe de padre, saiu de casa para acompanhar o ato já com os olhos vermelhos.