Ex-funcionária do departamento financeiro da Odebrecht, Conceição Andrade afirmou em entrevista ao “Fantástico”, da TV Globo, que o pagamento de propinas era uma prática antiga na empreiteira.
Conceição, que trabalhou por 11 anos na empresa, disse ter uma lista, referente ao ano de 1988, com mais de 500 nomes, entre eles os de ex-ministros, ex-governadores, ex-prefeitos, senadores e deputados, relacionados a obras em que supostamente houve pagamento de propina.
O UOL publicou parte dos documentos, envolvendo repasses a partidos como PSDB, PMDB e PFL (atual DEM). Conforme o site, nas planilhas, chamada “livro de códigos”, eram utilizados codinomes para os receptores dos pagamentos – relação batizada de “relação de parceiros”.
As propinas seriam calculadas a partir de percentuais de valores de obras da Odebrecht favorecidas por agentes públicos. Na lista divulgada, não aparecem nomes de paranaenses. Ao site, a Odebrecht afirmou “que não se manifestará sobre o tema”.
Não há comprovação de que se trata de propina e de que os políticos listados, cujos nomes não foram divulgados, cometeram ilegalidade. À TV Globo, a PF afirmou que, se for comprovada sua autenticidade, os documentos serão incorporados ao banco de dados da Operação Lava Jato, que apura um esquema de corrupção bilionário na Petrobras, mas que provavelmente ninguém poderá ser processado, porque esses crimes, que teriam ocorrido na década de 1980, já estariam prescritos.
Segundo o “Fantástico”, em setembro de 2015, Conceição entregou o documento ao deputado federal Jorge Solla (PT-BA), que a repassou à CPI da Petrobras. O parlamentar entregou os papéis ao Ministério da Justiça, que posteriormente os encaminhou à Polícia Federal. Por fim, a PF enviou as supostas provas de propina à Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros, no Paraná, porque seriam de interesse da Lava Jato.
Esta semana, a força-tarefa da Lava Jato apreendeu outras listas de doações feitas pelo Grupo Odebrecht com pelo menos 284 políticos. As planilhas com supostos repasses estavam com Benedicto Barbosa Silva Júnior, presidente da Odebrecht Infraestrutura.
Na quarta-feira, o juiz Sergio Moro decretou sigilo sobre o processo ao qual foram juntadas os arquivos, que devem ser encaminhados ao Supremo Tribunal Federal (STF). Não é possível afirmar se as doações foram feitas legalmente ou por meio de caixa dois.
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