O pai do vocalista do Mamonas Assassinas, Hildebrando Alves, vai entrar na Justiça contra o deputado e pastor Marco Feliciano (PSC-SP) por danos morais. Feliciano foi eleito em março para assumir a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias na Câmara e, desde então, vem sofrendo pressão para deixar o cargo devido a declarações polêmicas consideradas racistas e homofóbicas.
Na semana passada, Feliciano afirmou durante um culto que sabia o que havia causado o acidente de avião na Serra da Cantareira, em 1996, que matou todos os integrantes da banda. "O avião estava no céu, região do ministro do juízo de Deus. Lá na Serra da Cantareira, ao invés de virar para um lado, o manche tocou pra outro. Um anjo pôs o dedo no manche e Deus fulminou aqueles que tentaram colocar palavras torpes na boca das nossas crianças", disse o pastor.
"Ele (Feliciano) é louco. Deus não mata ninguém, Deus é amor. O acidente que aconteceu foi uma fatalidade, eles viajavam muito de avião", disse Alves, ao jornal Diário de Guarulhos.
Ao Grupo Estado, o pai de Dinho afirmou que, junto com o seu advogado, vai a Brasília esta semana para entrar com um processo na Justiça de lá para agilizar os trâmites, já que o Feliciano possui foro privilegiado por ser deputado.
Alves também negou que Dinho fosse evangélico, como afirmou Feliciano no mesmo vídeo. Segundo o pai do cantor, a mãe de Dinho é evangélica, ele é católico e o vocalista não frequentava nenhuma igreja, apesar de ser uma pessoa religiosa. "Ele (Dinho) rezava todos os dias", disse Alves.
Além das declarações sobre o Mamonas Assassinas, há outras gravações em que Feliciano critica John Lennon e Caetano Veloso. Para o deputado, também foi Deus quem matou o ex-Beatle. Na semana passada, a sua assessoria de Feliciano confirmou o teor das declarações e disse que sua opinião continuava a mesma.