A ex-senadora Marina Silva afirmou, em palestra a empresários hoje, que o Brasil não retomará o crescimento "apenas com a apresentação de um amontoado de propostas"."Fóruns como esse são possibilitadores de um debate, mas não apenas cada um fazendo diagnóstico e apresentando um amontoado de propostas. Isso somos capazes todos.
Estamos precisando de um novo acordo político, que não seja nas bases da situação pela situação e da oposição pela oposição."
Marina participou de um seminário promovido pela revista "Exame", em São Paulo. Ela falou logo após o senador mineiro Aécio Neves, que, como ela, é pré-candidato à Presidência da República em 2014. Ele elencou ao menos quatro pontos que acredita ser a chave do desenvolvimento brasileiro. Marina não compareceu ao local do evento e falou por vídeo conferência.
Ela criticou também o fato de não terem sido feitas as reformas estruturais prometidas pelos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva. "Todo mundo se compromete com a reforma e depois a única reforma que faz é a do compromisso que tinha feito. É por isso que o sociólogo não foi capaz de fazer a reforma politica, o operário não foi capaz de fazer a trabalhista."
Ela defendeu a criação de uma "agenda" para o país, que não dependa de quem ocupa a Presidência. "As promessas que são feitas poderiam ser cumpridas, mas como se repetem a cada quatro anos, é bom ficarmos atentos para pensar em como fazer isso na forma de um acordo, em que cada um que esteja à frente do processo governamental tenha de seguir essa ações."
Ela afirmou também que a força das manifestações que tomaram o país em junho não passou. "Seríamos ingênuos se achássemos que a internet revolucionaria a forma de fazer negócio, de conhecimento e só a política ficaria imune. Estamos vivendo a democracia prospectiva. Se não formos capazes de entender isso, vamos achar que as ruas já passaram. E não passaram."
De acordo com pesquisas do Datafolha, Marina foi a principal beneficiária das manifestações no cenário eleitoral de 2014. Ela saltou de 16% antes dos protestos para 26% no meio de agosto.
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