Os R$ 3 bilhões em investimentos para melhorar a infra-estrutura aeroportuária brasileira que constam do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) são suficientes apenas para atender ao aumento da demanda nos principais terminais até 2010 — quando o volume de passageiros subirá dos atuais 118 milhões para 158,3 milhões.

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Segundo reportagem do jornal O Globo deste domingo, mantido o ritmo de expansão da aviação civil a uma média de 12% ao ano, já em 2009 será necessário montar um novo plano de pelo menos R$ 10 bilhões, mais do que o triplo prometido pelo governo para evitar novo caos aéreo em quatro anos. Sem recursos suficientes para fazer frente ao desafio, o Executivo começou a estudar, com a bênção da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, parcerias com a iniciativa privada, que poderia até mesmo assumir aeroportos.

A previsão a que O GLOBO teve acesso foi elaborada pela própria Infraero, estatal que comanda os 67 aeroportos mais importantes do Brasil. O número é baseado nas promessas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos no país), acima de 4,5% ao ano, e na expectativa de que o movimento nos terminais chegará aos 200 milhões de usuários em 2018. Segundo o presidente da estatal, brigadeiro José Carlos Pereira, o Palácio do Planalto já foi alertado.

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Estão incluídos nos cálculos a construção de um terceiro aeroporto em São Paulo, que custaria entre R$ 2,5 bilhões e R$ 3 bilhões, além da terceira pista de Guarulhos. Consolidada como porta de entrada de estrangeiros, a Região Nordeste precisaria de outros dois terminais, em Recife e Fortaleza, onde não há espaço para ampliações.

Os números também consideram a necessidade de adaptação das pistas de pouso para o fluxo intenso de aviões de nova geração (800 passageiros), que precisam de pistas de 60 metros de largura, quando as brasileiras têm 45 metros, e pequenas reformas em praticamente todos os terminais.