Erradicação da miséria
"Reajuste do Bolsa Família sai logo", diz ministra
Brasília - A nova ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, disse que não há "solução mágica" para erradicar a extrema pobreza no país e anunciou "para breve" o reajuste dos benefícios do Bolsa Família. "O reajuste sai logo, estamos terminando os estudos", disse a ministra, que só aceitou o convite da presidente Dilma Rousseff depois de submeter a decisão a uma junta médica: Tereza começa na semana que vem tratamento de quimioterapia, na sequência da retirada de um novo tumor de mama.
Entre as primeiras tarefas no cargo, Tereza Campello está encarregada de definir detalhes de um plano de erradicação da pobreza extrema no país, principal promessa de campanha da presidente Dilma Rousseff. "Não haverá solução mágica nem um único caminho", adiantou.
O plano apresentará uma contabilidade oficial dos brasileiros miseráveis. Os números variam de acordo com o valor usado para definir a pobreza e a pobreza extrema. O IBGE fala em 13,5 milhões de miseráveis, mas usa um valor diferente daquele que dá acesso ao Bolsa Família.
O reajuste do valor do benefício é parte da estratégia de erradicação da pobreza extrema. Desde meados de 2009, o Bolsa Família paga entre R$ 22 e R$ 200 mensais. O governo estuda reajuste próximo a 9%.
Comunicação Social
Com discurso conciliador, a jornalista Helena Chagas assumiu o cargo de ministra da Secretaria de Comunicação Social. Ao tomar posse, reafirmou declarações da presidente de defesa da liberdade de imprensa. "Abrir mão da liberdade de imprensa é impensável também para a minha geração, que é aquela que cresceu durante o regime militar."
Agência Estado
BRASÍLIA - O governo Dilma Rousseff vai subsidiar países vizinhos em ações de combate ao narcotráfico e ao crime organizado. O anúncio foi feito ontem pelo ministro José Eduardo Cardozo, que assumiu ontem a pasta da Justiça. A decisão deve beneficiar países que possuem centros produtores de drogas, como Bolívia e Paraguai. "Teremos que subsidiar iniciativas e fazer operações integradas, disse Cardozo, após tomar posse. "Alguns países de fronteira não têm a capacidade operacional e os recursos que nós temos. Cardozo não quis antecipar valores, mas deixou claro que a cooperação envolverá repasses de dinheiro. "Se for necessário que subsidiemos alguma coisa, temos que fazê-lo, nos limites da lei. Os Estados Unidos já subsidiam ações desse tipo, direcionado ao combate às narcoguerrilha.
O novo titular da Justiça também defendeu reforço no policiamento das fronteiras. Disse que se reunirá nesta semana com Nelson Jobim (Defesa) para negociar parcerias entre a Polícia Federal e as Forças Armadas. Na PF, Cardozo prometeu "eficiência máxima, sem espetacularização das ações. O ministro anunciou também que apresentará um projeto de pacto nacional contra o crime organizado e disse que o combate à corrupção será um "divisor de águas a ser estabelecido "imediatamente".
Secretaria-Geral
Em uma das solenidades de posse mais concorridas na Esplanada dos Ministérios, o filósofo Gilberto Carvalho assumiu ontem a Secretaria-Geral da Presidência. Chefe de gabinete de Lula durante oito anos e ex-seminarista, Carvalho fez um discurso que mais parecia um sermão religioso. Lembrou seu tempo de militância política no Paraná, mandou "bênçãos" para a plateia, pregou a "fraternidade" e chorou ao citar o pai e os companheiros que morreram no combate à ditadura. Ele surpreendeu a plateia de cerca de 500 pessoas ao afirmar que morreria por Lula.
No discurso, Carvalho relatou que após dar um depoimento à CPI dos Bingos, no final de 2005, sobre o assassinato do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel, com o qual trabalhou, Lula o esperava no Planalto. "Ele tinha atrasado uma viagem e ficou me esperando, sentado na minha sala, pra dizer: Gilbertinho, vamos tomar uma cachacinha aí pra você esquecer essas coisas e vamos tocar a vida pra frente", relatou. "Isso eu jamais vou esquecer. Por esse homem eu posso morrer!"
Em um momento de emoção, Carvalho disse que, durante a militância numa favela no Paraná, nos anos 1970, prometeu que não descansaria enquanto crianças morressem por desnutrição e pneumonia. Dirigindo-se à plateia, ele "convocou" todos a lutarem pelo fim da miséria e pela construção de um país justo e fraterno.
Caberá a Gilberto Carvalho dar continuidade ao trabalho iniciado por Luiz Dulci, de interlocução com os movimentos sociais.
O novo ministro ressaltou que esse trabalho é marcado por uma tensão constante, por envolver demandar reprimidas e armazenadas durante séculos, que nem sempre podem ser atendidas. Entre esses focos de tensão, Carvalho apontou, em entrevista concedida durante a posse de Dilma, a pressão pelo aumento do salário mínimo, a reforma agrária e as questões indígenas.
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